O deputado federal e presidente do Republicanos na Bahia, Márcio Marinho, reafirmou, em entrevista exclusiva à CBN Salvador, a disposição de compor a chapa majoritária do grupo liderado por ACM Neto (União Brasil) para as eleições de 2026. Questionado sobre sua candidatura ao Senado ou vice-governador, ele ressaltou o "sentimento de mudança" que tem percebido no interior da Bahia e deixou claro que seu nome está à disposição para contribuir com o projeto da oposição.

"Em 2026, o nosso candidato do grupo político que a gente faz parte de oposição ao governo do Estado é ACM Neto. Ele é a cabeça de chapa, o porta-voz das oposições e das pessoas que querem essa mudança", afirmou, ao pontuar sobre sua própria participação: "Mesmo sem declarar candidatura, apareço com quase 8% nas pesquisas. Meu nome está à disposição, mas o que importa é ganhar a eleição".

Ao comentar o cenário nacional, Marinho foi enfático sobre a possibilidade de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo e filiado ao Republicanos, disputar a Presidência da República como candidato da oposição. "Hoje, dou nota 5 na escala de 0 a 10 para a chance dele ser candidato. Ele depende de outros fatores, principalmente do posicionamento do Bolsonaro", explicou. O parlamentar ressaltou ainda que, "enquanto Bolsonaro estiver no jogo, Tarcísio precisa tomar cuidado em seu posicionamento, por respeito e pelo carinho que tem com o ex-presidente".

Sobre o impacto dessa decisão no tabuleiro político da Bahia, Marinho alertou: "Se Tarcísio for candidato, vai mexer não só na Bahia, mas em todo o Nordeste. A Bahia é estratégica, porque o PT ainda é muito forte aqui. Vai ser uma briga de palmo a palmo", disse, ao ressaltar especificamente o posicionamento do PSD no estado, caso o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, seja o escolhido para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes.

Um ponto que ainda gera dúvidas é a possível federação entre MDB e Republicanos na Bahia, que poderia influenciar o alinhamento político para 2026. Marinho classificou a situação como em "banho-maria". "Essa federação deu uma esfriada no final do primeiro semestre. Ainda vamos ver o que acontece daqui para frente. Estamos discutindo, mas no momento, a prioridade é ocupar espaços importantes no Congresso e garantir a força do nosso partido", declarou.

O deputado ressaltou que a federação, criada inicialmente para ajudar partidos menores a superar a cláusula de desempenho, pode apresentar tensões regionais. "Aqui na Bahia, o Republicanos tem mais deputados federais que o MDB. Se a federação acontecer, a presidência estadual deve ficar com o Republicanos", avisou.

Sobre o vice-governador Geraldo Júnior, filiado ao MDB, que diz que manterá o apoio ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), Marinho foi direto: "Se a federação acontecer, vamos caminhar junto, mas nosso campo político é 100% com ACM Neto".

Na Câmara Municipal de Salvador, Marinho revelou a estratégia do Republicanos para 2026, que prioriza a renovação de quadros. "Dos quatro vereadores do partido, Beca, Ireuda Silva, Júlio Santos e Kel Torres não serão candidatos. Estão focados em apoiar a bancada e a eleição do partido na cidade". Ele revelou que, se for confirmado na chapa majoritária, indicará o secretário municipal de Obras, Luiz Carlos, para ocupar uma vaga na Câmara Federal. "Temos até uma camisa para isso: ‘Se Marinho for, Luiz Carlos vai’".

Informações do Blog do Vila / Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados