Mortes: Dedicou a vida à comunicação por meio das ondas do rádio
Aos 15 anos, Gilberto Avelino Coelho do Nascimento entrou na Rádio Difusora de Belém com uma missão. O jovem queria aprender a falar ao microfone e foi pedir que os locutores o ensinassem. Desde pequeno, ele se impressionava com o veículo e entendia que queria aquilo para sua vida.
Dono de uma voz bonita e boa lábia, convenceu o dono da rádio a deixá-lo ficar observando. Certo dia, deram-lhe um papel e pediram que lesse ao vivo. Era um teste, e ele passou. Assim iniciou sua carreira que durou 59 anos.
Gil Dillon foi ouvido em diversas emissoras. No Pará, passou também pela Guajará e a Liberal. Na Bahia, atuou na CBN Salvador, Band FM, Nazaré FM e outras. Um de seus grandes sucessos foi à frente do programa Conversa Fiada, na Rádio Sociedade, onde fazia entrevistas. Também teve passagem pela Manchete, do Rio.
O profissional costumava dizer que o rádio nunca vai desaparecer.
"Era o primeiro a chegar na emissora e um dos últimos a sair. Era o tipo de pessoa que fazia rádio porque era apaixonado. O rádio para ele era como se fosse um combustível", diz o diretor da Rádio CBN Salvador, André Spínola, 51.
Nascido na capital paraense, em 1941, Gil contava que cresceu em uma família humilde, mas feliz. Dizia que teve uma infância de menino "pimpão".
A mudança para Salvador foi em 1982, motivada por um convite do Grupo Aratu. O comunicador ganhou um programa na TV e outro na rádio da emissora.
Três anos depois, recebeu uma ligação de uma ouvinte pedindo que divulgasse uma gincana escolar. Ele atendeu o pedido e, quando ela ligou para agradecer, disse que ela poderia ir pessoalmente à rádio. Assim, conheceu Valdineia. Encantaram-se e engataram um namoro, que virou casamento em 1986.
Dono de um humor afiado, contagiava a todos com suas brincadeiras. A mulher entrega que ele era muito vaidoso e gostava de ir às compras em shoppings. "A autoestima dele era nas galáxias. Eu nunca vi alguém tão vaidoso", diz Valdineia da Silva Coelho do Nascimento, 59.
Um de seus legados está nos profissionais que treinou. Gostava de ensinar e sempre tinha muitos estagiários, aos quais dava oportunidades e dicas. "Sempre foi uma pessoa muito solícita para ajudar os colegas. Era sempre um aprendizado todos os dias lidar com Gil", afirma a coordenadora de jornalismo da Rádio CBN Salvador, Fernanda Cruz, 41.
O radialista, que falava que nunca queria parar de fazer rádio, trabalhou até seus últimos dias. Foi ao ar pela última vez em 10 de fevereiro, dando as notícias da manhã na CBN Salvador. Morreu no dia seguinte, aos 75 anos, em decorrência de um aneurisma no abdômen.
Deixa a mulher, Valdineia, 59, e os filhos, Hilbert, 57, Mônica Ingrid, 56, Berg Dilon, 41, Gilberto Júnior, 38, e Mariana, 36. Também ficam cinco netos e dois bisnetos.
Parte de suas cinzas foram jogadas na baía de Todos-os-Santos, vista que contemplava todos os dias ao chegar à Redação.
Informações de Adriano Alves/Folha de S. Paulo / Foto: Reprodução;Instagram
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