Dólar avança para R$ 5,58 com fortalecimento da moeda americana no exterior
O dólar à vista subiu na sessão desta terça-feira (23) e voltou a se aproximar do nível de R$ 5,60, em sintonia com fortalecimento da moeda americana no exterior. Moedas de países emergentes sofreram com a queda das commodities, como minério de ferro e petróleo, em meio a temores de perda de fôlego da economia chinesa. Apesar do crescente ceticismo com o cumprimento das metas fiscais, mesmo após o governo confirmar ontem no relatório bimestral de receitas e despesas a contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano, o real teve perdas hoje inferiores a de seus principais pares, como peso mexicano, rand sul-africano e peso colombiano.
Afora uma queda pontual no fim da manhã, quando registrou mínima a R$ 5,5592 em meio a relatos de fluxo comercial, o dólar trabalhou em alta no restante do dia. A máxima foi na primeira hora de negócios, a R$ 5,6076. No fechamento, a moeda era cotada a R$ 5,5863, avanço de 0,29%. Com temores em relação à demanda global, os preços do barril do petróleo caíram quase 2%, marcando o terceiro pregão seguido de perdas. As cotações do minério de ferro recuaram mais de 3% no mercado futuro em Dailan, na China. E o cobre perdeu valor pela sétima sessão consecutiva.
Com agenda doméstica de indicadores esvaziada, analistas se debruçaram sobre os detalhes das estimativas apresentadas ontem à tarde no relatório bimestral de receitas e despesas. As novas projeções sugerem que o governo já abriu mão da meta de déficit primário zero e vai se contentar com um déficit de 0,25% do PIB, limite da banda estabelecida pelo novo arcabouço. Ontem, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que qualquer “resultado dentro da banda significa, sim, o cumprimento da meta”.
O quadro fiscal ainda está “pesando demais” sobre o real diante da percepção de que a contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento ficou aquém do que era necessário. Não bastasse a incerteza quando ao cumprimento das metas fiscais, a formação da taxa de câmbio passou a sofrer nos últimos dias com a influência da corrida eleitoral americana sobre divisas emergentes. Com a desistência do presidente Joe Biden, no fim de semana, de concorrer à reeleição, a vice-presidente Kamala Harris tornou-se favorita a ocupar a vaga de candidata do partido democrata na corrida à Casa Branca contra o ex-presidente Donald Trump.
Com informações do Estadão Conteúdo / Foto: Pixabay
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