25 de Novembro de 2024

PF faz buscas contra pai de Mauro Cid e Wassef por suposta venda de presentes

Em operação que investiga denúncias sobre a venda de presentes recebidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no exterior, a Polícia Federal faz buscas nesta sexta-feira, 11, contra o general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid. Outros alvos são o advogado Frederick Wassef e o tenente Osmar Crivelatti, considerado braço-direito do ex-ajudante de ordens. A Operação Lucas 12:2 investiga a suposta negociação de itens como joias, relógios e pedras preciosas recebidos de países como a Arábia Saudita para lucro pessoal. Segundo a PF, “os investigados são suspeitos de utilizar a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeiras em missões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior”.

São cumpridos quatro mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF (Supremo Tribunal Federal), dois em Brasília (DF), um em São Paulo (SP) e um em Niterói (RJ). O lucro com a venda dos presentes teria entrado no país em dinheiro em espécie por meio de intermediários e sem passar por contas bancárias, o que pode configurar associação criminosa constituída para a prática dos crimes de peculato e lavagem de dinheiro, informou a PF.

O tenente-coronel Mauro Cid está preso por investigação relacionada a supostas fraudes em cartões de vacinação da família de Bolsonaro. Convocado à CPMI dos Atos de 8 de Janeiro no Congresso, em julho, ele se beneficiou de autorização judicial para permanecer em silêncio. E-mails obtidos pela CPMI apontaram que o ex-ajudante de ordens tentou vender um relógio de luxo da marca Rolex recebido em viagem oficial. O general Lourena Cid, seu pai, foi contemporâneo de Jair Bolsonaro no Exército. Crivelatti atuou ao lado do Cid filho no Planalto e passou a ser assessor do ex-presidente. Já Wassef defendeu Bolsonaro e seus filhos em acusações como a do suposto esquema de rachadinhas de salários no Rio de Janeiro. O advogado foi candidato a deputado federal em 2022 pelo PL, mas não se elegeu.

 

Informações da Jovem Pan / Foto: Divulgação/Exército e Tiago Queiroz/Estadão

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