Volkswagen, Toyota, General Motors e Stellantis avisam Lula que vão demitir se vier pacote pró-China
Os presidentes das quatro maiores montadoras que operam no Brasil enviaram uma carta conjunta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 15 de junho alertando sobre os impactos negativos de uma medida prestes a ser adotada pelo governo federal. O plano, coordenado pela Casa Civil sob a liderança do ministro Rui Costa (PT), prevê incentivos à produção de veículos no país por meio do sistema SKD (Semi Knocked Down) — quando os carros chegam quase prontos do exterior e são apenas montados localmente, com baixo uso de fornecedores nacionais.
Volkswagen, Toyota, Stellantis e GM afirmam que a medida pode causar perda imediata de 60 bilhões de reais em investimentos, eliminação de 10 mil contratações previstas e demissão de até 5 mil trabalhadores atuais nas montadoras. O impacto, segundo o setor, pode ser ainda maior na cadeia produtiva: para cada emprego perdido na montadora, outros dez podem ser eliminados entre os fornecedores, totalizando até 50 mil cortes.
O documento é assinado por Ciro Possobom (Volkswagen), Evandro Maggio (Toyota), Emanuele Cappellano (Stellantis) e Santiago Chamorro (GM). Nele, os executivos afirmam que o incentivo ao modelo SKD beneficiará especialmente empresas chinesas, como a BYD, que concentra investimentos na Bahia — reduto político de Rui Costa. O governo ainda não respondeu à carta, que também foi endereçada ao vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB).
Segundo as montadoras, o modelo SKD resulta em baixo conteúdo nacional, mínima geração de empregos e ameaça todo o ecossistema de autopeças e engenharia local. “Essa prática deletéria pode disseminar-se em toda a indústria”, diz o texto.
A Abipeças e o Sindipeças, que representam a indústria de componentes automotivos, também enviaram carta nesta segunda-feira (28) ao governo Lula, rejeitando a redução de alíquotas para kits SKD e CKD (este último referente a veículos totalmente desmontados). As entidades acusam a medida de representar uma “renúncia fiscal injustificada” e de criar uma “concorrência inusitada” contra a produção nacional.
Os pleitos da BYD, feitos em fevereiro, envolvem a redução do imposto de importação de kits SKD e CKD, atualmente de 18% para elétricos e 20% para híbridos, para 5% e 10%, respectivamente. A decisão será avaliada pelo Gecex-Camex (Comitê Executivo da Câmara de Comércio Exterior) em reunião extraordinária na próxima quarta-feira (30). O colegiado reúne membros de 11 ministérios do governo federal.
O setor teme que, caso o governo avance com a proposta, os R$ 180 bilhões em investimentos prometidos pelas montadoras para os próximos cinco anos — dos quais R$ 130 bilhões destinados à produção de veículos e R$ 50 bilhões ao parque de autopeças — sejam drasticamente reduzidos.
Informações do Conexão Política / Foto: Agência Brasil
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