Temer pede moderação e diálogo na crise entre Brasil e EUA e critica suspensão de vistos de ministros do STF
O ex-presidente Michel Temer divulgou nesta quarta-feira (23) um vídeo em que faz um apelo por moderação diante da crise diplomática e comercial entre Brasil e Estados Unidos. Em tom conciliador, ele defendeu que o governo brasileiro busque o entendimento com Washington por meio da diplomacia, evitando reações impulsivas às recentes decisões do governo Donald Trump.
A declaração de Temer ocorre em meio à imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e à suspensão dos vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pelos EUA. Para o ex-presidente, as medidas são “injustificáveis e inadmissíveis”, mas não devem ser respondidas com “bravatas ou agressões”.
“Em momentos sombrios, sejamos sóbrios”, afirmou Temer, ao defender o diálogo como caminho para resolver a crise. Segundo ele, ações responsáveis e respeitosas aos tratados internacionais devem guiar a reação do Brasil. “Devemos agir e reagir como a nação livre e soberana que somos, sem excessos de ambas as partes”, acrescentou.
Temer também lamentou a “taxação despropositada” imposta a produtos brasileiros e classificou como “lamentável” a suspensão dos vistos de ministros do STF. Sem mencionar diretamente o presidente Lula, ele criticou o uso de linguagem agressiva nas relações diplomáticas. “São inadequações que não se resolvem com ameaças ou retruques. Resolve-se pelo diálogo que se faz entre nações, especialmente nações parceiras”, disse.
O ex-presidente destacou ainda que a construção de consensos e o respeito mútuo são fundamentais para a manutenção da democracia e da soberania nacional. “Tudo isso deve começar dentro de casa para depois atravessar fronteiras”, concluiu.
Abaixo a íntegra do pronunciamento de Temer:
Ao longo do tempo, sempre pregamos a pacificação do país. Em momentos em que nada parece estar favorável, em que tudo parece se distanciar de uma solução, de estarmos debaixo de uma tempestade, é hora de procurar abrigo no porto seguro do diálogo.
Na turbulência, mais do que nunca, é que devemos buscar entendimento, construir consensos, buscar convergências, união. Respirar respeito. É isso que mantém a democracia viva e um país soberano. E tudo isso deve começar dentro de casa para, depois, atravessar fronteiras.
Digo isso entristecido com a taxação despropositada imposta aos nossos produtos e pela lamentável eliminação de vistos dos ministros da Suprema Corte, o que é injustificável e inadmissível.
São inadequações que não se resolvem com bravatas, com ameaças, com retruques, com agressões. Resolve-se pelo diálogo que se faz entre nações, especialmente nações parceiras. E o diálogo se faz pelos mais variados meios: pela diplomacia tradicional, pelo contato dos legislativos e, naturalmente, pela interlocução entre os chefes dos respectivos governos.
É difícil? No caso, pode ser. Mas não pode deixar de ser tentado.
Vivemos um momento em que a ação responsável e a experiência não podem ser esquecidas. Mas praticadas. Em momentos sombrios, sejamos sóbrios.
O bom senso e o cálculo estratégico devem prevalecer, sem jamais partir para um confronto que transforme a situação em uma briga de rua: de brasileiros contra brasileiros, de país contra país.
Devemos agir e reagir como uma nação livre e soberana que somos. Sem excessos, de ambas as partes, e sempre rigorosamente guiados pelos tratados internacionais e pela nossa Constituição.
É o meu desejo. Obrigado e um mundo melhor para todos.
Informações da Gazeta Brasil / Foto: Reprodução
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