Federação Israelita de SP reage a fala de Lula sobre Gaza e acusa presidente de “legitimar o terrorismo”
A Federação Israelita do Estado de São Paulo criticou neste domingo (6) as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o conflito na Faixa de Gaza, feitas durante a abertura da 17ª Cúpula do Brics, no Rio de Janeiro. Em discurso na sessão que debateu Paz, Segurança e a Reforma da Governança Global, Lula voltou a acusar Israel de praticar “genocídio” no território palestino, o que, segundo a entidade, contribui para o isolamento do Brasil no cenário internacional.
Durante sua fala, o presidente afirmou que “nada justifica as ações terroristas perpetradas pelo Hamas”, mas destacou que a resposta israelense tem sido desproporcional. “Não podemos permanecer indiferentes ao genocídio praticado por Israel em Gaza e à matança indiscriminada de civis inocentes e o uso da fome como arma de guerra”, declarou Lula.
Ele também mencionou as tensões envolvendo o Irã e criticou ações de Israel e dos Estados Unidos contra o país. Lula reforçou a posição brasileira contrária a ataques que, segundo ele, violam a integridade territorial iraniana.
A Federação Israelita reagiu com veemência às falas. Em nota, disse manifestar “profunda indignação” com o discurso do presidente brasileiro e afirmou que ele “ignora, mais uma vez, a realidade dos fatos, escolhendo o caminho da retórica ideológica, e não da responsabilidade diplomática”.
A entidade também criticou a afirmação de Lula de que a solução para o conflito passa exclusivamente pelo fim da “ocupação israelense”. Segundo a nota, declarações como essa desconsideram a complexidade do cenário no Oriente Médio.
Leia a íntegra do comunicado:
“Aos que realmente buscam a paz, é preciso ter coragem para apontar os verdadeiros culpados
A Federação Israelita do Estado de São Paulo (FISESP) manifesta profunda indignação diante das recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a sessão ‘Paz e Segurança e Reforma da Governança Global’ do BRICS, neste domingo (6). Ao voltar a acusar Israel de genocídio e defender que a solução do conflito passa exclusivamente pelo fim da ‘ocupação israelense’, o presidente ignora, mais uma vez, a realidade dos fatos, escolhendo o caminho da retórica ideológica, e não da responsabilidade diplomática.
Desde o massacre promovido pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, Israel vive sob ataque. Famílias foram destruídas. Mulheres foram estupradas. Crianças foram executadas. 50 pessoas seguem sequestradas há mais de 630 dias em Gaza, sendo vítimas diárias de tortura física e psicológica. No entanto, para o presidente da República, esse horror parece invisível.
Lula não menciona o Hamas. Não exige a libertação dos reféns. Não condena os mísseis lançados sobre civis israelenses. Mas condena Israel, a única democracia do Oriente Médio, por defender sua população.
Ao falar em ‘genocídio’, o presidente desrespeita mais uma vez a memória das vítimas do Holocausto e banaliza um dos crimes mais graves da história da humanidade. Sua fala não é apenas falsa, é perigosa. Ela legitima o terrorismo, estimula o antissemitismo e isola o Brasil no cenário internacional ao colocá-lo ao lado de regimes ditatoriais que sufocam liberdades.
A recente reportagem da revista The Economist, classifica com precisão a atual política externa brasileira como ‘incoerente’ e ‘hostil ao Ocidente’. Um país que condena ataques a instalações iranianas, ignorando o fato de que o Irã financia o Hamas e reprime brutalmente mulheres e minorias, não está promovendo a paz. Está escolhendo lados. E escolheu o lado errado.
Lula se aproxima da Rússia, da Venezuela e do Irã, mas se afasta de democracias e ignora o sofrimento de civis israelenses. Participa de cúpulas ao lado de ditadores, mas não aperta a mão do presidente dos Estados Unidos. Se diz mediador da paz, mas só aponta o dedo para um lado do conflito. Isso não é neutralidade. É cumplicidade.
A Federação Israelita de do Estado de São Paulo reafirma que Israel e os judeus ao redor do mundo desejam, sim, um Estado Palestino, mas livre do terrorismo do Hamas e sem o financiamento antissemita do Irã. O Hamas não quer dois Estados. Não quer coexistência. Quer destruição. E, diante da paz, o terror perde sua razão de existir.
O presidente da República deve lealdade ao povo brasileiro, não aos regimes que patrocinam o terror. Em nome das vítimas do 7 de outubro, dos reféns ainda vivos e da verdade histórica, exigimos responsabilidade, equilíbrio e humanidade por parte do Chefe de Estado. O Brasil, que já foi referência diplomática no mundo, não pode ser porta-voz do ódio.
Paz se constrói com verdade. E a verdade é que não há paz possível enquanto o Hamas existir.”
Informações da Gazeta Brasil / Foto: Ricardo Stuckert
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