19 de Junho de 2025

Irã Acusa WhatsApp de espionagem para Israel e pede remoção do app

A televisão estatal iraniana pediu, na tarde de terça-feira (17), que a população remova o WhatsApp de seus smartphones. A emissora alegou, sem apresentar evidências específicas, que o aplicativo de mensagens coleta informações dos usuários para enviá-las a Israel.

Em resposta, o WhatsApp, que pertence à Meta Platforms (empresa-mãe do Facebook e Instagram), declarou-se “preocupado que esses relatórios falsos sejam uma desculpa para que nossos serviços sejam bloqueados em um momento em que as pessoas mais precisam deles”. A empresa reiterou que o WhatsApp utiliza criptografia de ponta a ponta, o que significa que “um provedor de serviços intermediário não consegue ler uma mensagem”.

“Não rastreamos sua localização precisa, não mantemos registros de quem está enviando mensagens para quem e não rastreamos as mensagens pessoais que as pessoas estão enviando umas às outras”, afirmou o WhatsApp. “Não fornecemos informações em massa a nenhum governo.”

Especialistas Apontam Questões de Metadados e Soberania de Dados

Gregory Falco, professor assistente de engenharia na Universidade Cornell e especialista em cibersegurança, explicou que, embora as mensagens em si sejam criptografadas de ponta a ponta, é possível obter metadados sobre o WhatsApp que não são criptografados. “Então, você pode entender coisas sobre como as pessoas estão usando o aplicativo e isso tem sido um problema consistente onde as pessoas não estão interessadas em usar o WhatsApp por essa razão”, disse ele.

Falco também levantou a questão da soberania de dados, onde os data centers que hospedam dados do WhatsApp de um determinado país não estão necessariamente localizados nesse país. É “mais do que viável”, por exemplo, que os dados do WhatsApp do Irã não estejam hospedados em solo iraniano. “Os países precisam abrigar seus dados no próprio país e processar os dados no próprio país com seus próprios algoritmos. Porque está se tornando cada vez mais difícil confiar na rede global de infraestrutura de dados”, afirmou.

Histórico de Bloqueios no Irã

O Irã tem um histórico de bloqueio de diversas plataformas de redes sociais ao longo dos anos, embora muitos cidadãos utilizem proxies e redes privadas virtuais (VPNs) para acessá-las. O país chegou a banir o WhatsApp e o Google Play em 2022, durante os massivos protestos contra o governo pela morte de Mahsa Amini, uma mulher detida pela polícia de moralidade iraniana. Essa proibição foi suspensa no final do ano passado.

O WhatsApp tem sido um dos aplicativos de mensagens mais populares no Irã, ao lado do Instagram e do Telegram.

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