Em pronunciamento em rede nacional de rádio e TV, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) destacou nesta quarta-feira (30) as principais propostas do governo federal voltadas à classe trabalhadora, em alusão ao 1º de Maio. Entre os destaques, Lula reafirmou a promessa de campanha de isentar do Imposto de Renda os trabalhadores que ganham até R$ 5.000 mensais — medida cuja proposta já foi enviada ao Congresso em março.

“O projeto de lei que zera o Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês já está no Congresso. E quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil também será beneficiado pagando menos do que paga hoje”, afirmou Lula, acrescentando que espera que a nova regra entre em vigor em 2026. “Agora é assim: quem ganha menos não paga. E quem ganha muito paga o valor justo.”

Além da pauta fiscal, o presidente aproveitou a ocasião para reforçar o compromisso com o combate a irregularidades no INSS. Segundo ele, o governo atuou para desmontar um esquema de cobrança indevida contra aposentados e pensionistas, em operação realizada pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) na última semana.

“Determinei à Advocacia-Geral da União que as associações que praticaram cobranças ilegais sejam processadas e obrigadas a ressarcir as pessoas que foram lesadas”, disse Lula, sem detalhar quando os valores serão devolvidos.

Outro ponto sensível abordado no discurso foi a jornada de trabalho no país. Lula anunciou que o governo abrirá o debate sobre a revisão da escala 6×1, atualmente adotada por diversos setores, em que o trabalhador atua por seis dias e descansa apenas um.

“Está na hora de o Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar dos trabalhadores”, afirmou. A proposta é debatida por meio de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) protocolada na Câmara dos Deputados, que propõe a redução da jornada de 44 para até 36 horas semanais, com limite de oito horas diárias.

Ausência em eventos de rua e diálogo com sindicatos

Diferentemente de anos anteriores, Lula não participará de eventos públicos neste 1º de Maio. Para evitar repetições do esvaziamento de público registrado em 2023, o presidente optou por um pronunciamento gravado no Palácio da Alvorada. Neste ano, as centrais sindicais decidiram não realizar um ato unificado. Haverá celebrações separadas na Zona Norte da capital paulista e em São Bernardo do Campo (SP), berço político do petista.

Em compensação, Lula recebeu lideranças sindicais no Palácio do Planalto na terça-feira (29), onde foi apresentada uma pauta com 26 reivindicações da classe trabalhadora. Entre os principais pedidos estão a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil, o fim da jornada 6×1 e a redução da carga horária semanal sem corte de salários.