Preços dos alimentos disparam e pesam na inflação de março
A inflação do mês de março foi calculada em 0,56% de acordo com dados do IBGE divulgados nesta sexta (11). Os alimentos foram os maiores vilões do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), com uma alta de 1,17% no período.
Segundo o IBGE, o preço dos alimentos e bebidas quase dobrou na comparação com fevereiro (0,7%) influenciado pelas altas do tomate (22,55%), do ovo de galinha (13,13%) e do café moído (8,14%). Ao todo, a alimentação em casa teve uma alta de 1,31%.
Já a alimentação fora de casa subiu 0,77% puxada principalmente pelo preço do cafezinho, com uma alta de 3,48%.
“Para o tomate, com o calor dos meses de verão, houve uma aceleração na maturação, levando a antecipação da colheita em algumas praças. Sem essas áreas de colheita em março, houve uma redução na oferta, trazendo pressão de alta sobre os preços. Para os ovos, houve aumento por conta do custo do milho, base da ração das aves, além de estarmos no período de quaresma, com maior demanda por essa proteína”, disse Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa.
Apesar da alta dos preços dos alimentos, a inflação total de março foi menor do que em fevereiro, quando alcançou 1,31%. No entanto, segundo o IBGE, foi o maior IPCA para o mês desde 2023 (0,71%) -- inicialmente, havia informado que era desde 2003, mas corrigiu minutos depois.
No acumulado do ano, a inflação já soma 2,04%, e 5,48% nos últimos 12 meses. Esse quantitativo é maior do que o teto da meta de 4,5%.
O IBGE constatou que a disparada dos preços dos alimentos poderia ter sido maior se não fosse a queda de itens como o óleo de soja (1,99%), do arroz (1,81%) e das carnes (1,6%). Este último entrou na mira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recentemente, em que prometeu uma redução para cumprir uma promessa de campanha.
“Agora, [o preço] a carne começou a cair, e pode estar certo que vai cair e o povo vai voltar a comer a sua picanha, a sua costela ou outro pedaço de carne que deseja”, disse Lula em fevereiro.
Nos demais itens calculados pelo IBGE, as despesas pessoais avançaram 0,7% em março, com uma disparada de 7,76% dos preços do cinema, de teatro e concertos. Foi seguido pelo vestuário com uma alta geral de 0,59%.
O grupo de Habitação, que havia registrado uma forte alta de 4,44% em fevereiro, desacelerou para 0,24% em março. A energia elétrica residencial, item de maior peso no grupo, subiu apenas 0,12%, contra os 16,80% do mês anterior.
“Compõem essa variação o reajuste em uma das concessionárias do Rio de Janeiro e alterações nas alíquotas de PIS/Cofins”, informou o gerente.
Outros grupos também desaceleraram em março: artigos de residência (de 0,44% para 0,13%), saúde e cuidados pessoais (de 0,49% para 0,43%), educação (de 4,70% para 0,10%) e de transportes (de 0,61% para 0,46%).
Quanto às variações regionais, Curitiba e Porto Alegre lideraram com alta de 0,76%, pressionadas pelo aumento da gasolina (1,84% e 2,43%, respectivamente). Por outro lado, a menor variação foi registrada em Rio Branco e Brasília, ambas com 0,27%.
Na capital do Acre, a queda nas passagens aéreas (-16,01%) ajudou a conter o índice, enquanto em Brasília a retração de 24,18% nas tarifas de ônibus urbano teve peso decisivo.
Informações da Gazeta do Povo / Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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