09 de Outubro de 2024

Brasil registra 1.795 focos de incêndio, maioria no Cerrado

No domingo (15), o Brasil registrou 1.795 focos de incêndio, conforme dados do sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta segunda-feira (16). O Cerrado lidera as ocorrências com 912 focos, correspondendo a 50,8% do total.

Minas Gerais é o estado com o maior número de queimadas, com 329 registros nas últimas 24 horas, seguido por Maranhão (313) e Piauí (232).

Todos os seis biomas brasileiros apresentaram focos de incêndio. A Amazônia registrou o segundo maior número de ocorrências, com 476 focos, representando 26,5% do total.

Agosto de 2024 foi encerrado com o maior número de queimadas em 14 anos, totalizando 68.635 ocorrências, o quinto maior na série histórica desde 1998, o que representa um aumento de 144% em relação ao mesmo período de 2023. Até agora, setembro já acumula 57.312 focos, e o total de incêndios em 2024 alcança 184.363 ocorrências.

Além da alta no número de focos de incêndio, o Brasil enfrenta uma seca histórica, a mais severa dos últimos 44 anos, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Embora secas e estiagens sejam comuns no inverno brasileiro, que vai de junho a setembro, a intensidade deste ano é atípica. Dois fatores principais contribuem para o cenário: as fortes ondas de calor, com seis eventos registrados desde o início da temporada, e a antecipação da seca, que começou em algumas regiões antes do início do inverno. Na região amazônica, a estiagem se intensificou quase um mês antes do previsto, no início de junho.

Na Amazônia, além dos incêndios, a seca é preocupante, com os municípios enfrentando o período mais longo de estiagem já registrado. Três fatores principais explicam essa situação: a intensidade do El Niño, que afetou o regime de chuvas; o aquecimento anômalo das águas do Atlântico Tropical Norte, que aumentou a temperatura em 1,2°C a 1,4°C em 2023 e 2024; e as temperaturas globais recordes, que em julho bateram o recorde histórico, contribuindo para ondas de calor mais intensas.


Informações da Gazeta do Povo / Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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