22 de Outubro de 2024

Apresentador acusado de 'golpe do Pix' na Record vira réu e tem bens bloqueados pela Justiça

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) aceitou denúncia do Ministério Público e tornou réus o apresentador Marcelo Castro e o jornalista Jamerson Oliveira. Ambos são acusados de desviar cerca dinheiro de doações feitas para pessoas pobres que tiveram dramas exibidos no Balanço Geral BA, da Record.

O F5 teve acesso a decisão, assinada nesta sexta (30) pelo juiz Cidval Sousa Filho. Nela, o magistrado também determinou o bloqueio de bens materiais que estejam no nome de Marcelo e Jamerson, para a devolução de cerca de R$ 670 mil desviados.

Marcelo e Jamerson estão proibidos de sair de Salvador (BA) pelos próximos sete dias e estão impedidos de viajarem para fora do Brasil. A Justiça deverá apreender carros e casas que estão no nome de Marcelo. Dinheiro também será debitado das contas que estão em seus nomes.

O juiz, porém, negou pedido do Ministério Público que solicitou o cancelamento do registro de arma de fogo que Marcelo tem, por causa da periculosidade de seu trabalho.

A defesa de Marcelo e Jamerson diz que "continua, veementemente, sustentando a inocência dos dois jornalistas, e acreditando fielmente na mais lídima justiça do estado da Bahia".

O suposto esquema foi descoberto em março de 2023, após o jogador de futebol baiano Anderson Talisca, atualmente no Al-Nassr, decidir fazer uma doação de R$ 70 mil após assistir uma reportagem.

O dinheiro seria doado para a família do menino Guilherme, de 1 ano, que fazia um tratamento de câncer e precisava de dinheiro para comprar um medicamento para tratamento dos tumores.

Em contato com Marcelo Castro, contudo, um assessor do jogador constou que o número do Pix repassado para doação –que pertencia a uma pessoa da família da criança– não era o mesmo que apareceu na televisão durante a exibição da reportagem.

O caso acendeu o alerta da emissora, que instaurou um procedimento interno e protocolou uma notícia-crime para que o caso fosse investigado pela polícia. Dias depois, a Record Bahia demitiu Marcelo Castro e Jamerson Oliveira. A criança mostrada na reportagem morreu semanas depois da exibição do programa.

Nesse período, eles teriam arrecadado mais de R$ 540 mil em doações e se apropriado de 75% do montante, cerca de R$ 410 mil. Apenas R$ 135,9 mil foi devidamente repassado às vítimas que tinham seus dramas pessoais expostos na versão baiana do Balanço Geral. A Justiça diz que mais de R$ 1 milhão passaram pelas contas de Marcelo Castro.

Após a demissão, Marcelo Castro e Jamerson Oliveira criaram o site Alô Juca, que virou sucesso nas redes sociais. Com o êxito, foram contratados pela TV Aratu, afiliada do SBT na Bahia, para produzirem um programa policial na hora do almoço.

A atração dobrou os índices de audiência e já chegou a picos de 11 pontos na Grande Salvador, vencendo Globo e Record por alguns momentos. Cada ponto de Ibope equivale a 86 mil telespectadores na capital baiana.

 

Informações da Folha de S. Paulo / Foto: @castrobahia no Instagram

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