Para encontrar mais rapidamente vazamentos não visíveis nos cerca de 5 mil quilômetros de rede distribuidora de água ramificados debaixo do solo de toda Salvador, a Embasa conta com equipes técnicas especializadas munidas de geofones, equipamentos que detectam a fuga de água nas redes subterrâneas a partir do som. Por conta do barulho característico de uma metrópole como Salvador, a técnica precisa ser realizada durante a noite, quando é possível diferenciar os sons nas tubulações com mais facilidade.

A Embasa faz uso intensivo desse recurso para solucionar casos de redução de pressão na rede ou desabastecimento relatados por moradores por meio dos canais de atendimento da empresa, que atende mais de 1 milhão de imóveis somente na capital baiana. No ano passado, os técnicos percorreram mais de 3 mil km de tubulação em diversos bairros da capital, distância equivalente a uma viagem de ida e volta de Salvador para o Rio de Janeiro. O resultado foi a correção de uma média de três vazamentos não aparentes por dia.

“Este é um recurso essencial para identificar e solucionar estes vazamentos que não afloram à superfície e, por isso, são de difícil localização. Por meio do som, o geofone ajuda a encontrar o ponto exato por onde a água está escapando pela tubulação, tornando mais rápido o reparo”, explica. Segundo o engenheiro Felipe Pithon, gerente de Operação de Sistemas e Controle de Perdas Reais na unidade do Cabula, isso minimiza a necessidade de escavações extensas, reduzindo o volume de água perdido e também o tempo de interrupção no fornecimento de água, além de otimizar custos de manutenção.

IDENTIFICAÇÃO E CORREÇÃO MAIS RÁPIDAS | Um exemplo aconteceu em uma madrugada no bairro da Engomadeira, nas ruas 3 de maio, São Tomé, 25 de Dezembro e avenida Santo Antônio. Uma equipe entrou em ação para localizar um possível vazamento na rede distribuidora e resolver de uma vez a situação dos imóveis afetados. Através da pesquisa com o geofone, o local do vazamento foi rapidamente identificado e, no dia seguinte, pela manhã, outra equipe realizou o serviço de correção. “O abastecimento na região foi normalizado, garantindo nosso compromisso com a qualidade do serviço e a satisfação dos nossos clientes”, conta Pithon.

De acordo com a diretora de Operação de Salvador e Região Metropolitana (RMS), Manuella Andrade, a Embasa, como forma de prevenção, faz a substituição periódica de suas redes, priorizando os trechos mais antigos ou vulneráveis. “A empresa também investe preventivamente na melhoria da operação das redes, com instalação de equipamentos para monitoramento e equalização das pressões com válvulas redutoras, entre outras ações. Somente em 2024, foram investidos cerca de R$ 4,2 milhões em ações de ampliação e melhoria de redes distribuidoras de água na RMS”, diz.

SERVIÇO | No caso dos vazamentos aparentes, aqueles que podem ser visualizados, a Embasa busca enviar técnicos com a maior brevidade possível para realizar o reparo. Para isso, conta com equipes de plantão noturnas para agilizar o atendimento dessas ocorrências. Ao todo, a Embasa mantém diariamente cerca de 100 equipes disponíveis para manutenção do sistema na RMS. Além disso, a população também pode contribuir, informando sobre vazamentos nos canais de atendimento da empresa: 0800 0555 195, Agência Virtual Embasa (site ou app) ou WhatsApp 71 99717-0999.

Os rompimentos de tubulação podem ser causados por diversos fatores, como desgaste natural do material, movimentação do solo, impacto do trânsito ou de obras na via, por exemplo. Também podem ocorrer vazamentos durante a manipulação indevida da rede distribuidora por pessoas que buscam fazer ligações clandestinas, além de vazamentos causados por vandalismo ou furto de hidrômetro.