No 1º de Maio, líderes sindicais alertam para ameaças aos direitos dos trabalhadores
No segundo ano que marca o governo do presidente Lula e a retomada das políticas públicas voltadas aos trabalhadores, o Brasil ainda corre perigo com o conservadorismo e o fascismo representados no Congresso e nas esferas municipais. Este foi o alerta feito pelas centrais sindicais - UGT, CUT, Força Sindical e CTB - durante o ato "Por um Brasil mais justo", realizado no 1º de Maio, Dia do Trabalhador, no Farol da Barra.
O presidente da União Geral dos Trabalhadores da Bahia (UGT-BA), Marcelo Carvalho, fez um agradecimento ao público que foi ao Farol da Barra, falou sobre a importância do ato político e do compromisso de cada um com os destinos da cidade em ano de eleições municipais. "Como dirigente sindical, é um orgulho para mim poder contar com vocês. E queria lembrar a toda a população soteropolitana que 2024 é um ano fundamental para virar a chave nesse município tão empobrecido, onde 600 mil famílias vivem do Bolsa Família. Precisamos virar essa chave em favor dos trabalhadores", convocou.
O secretário de Qualificação e Fomento à Geração de Emprego e Renda do Ministério do Trabalho, Magno Lavigne, veio de Brasília para participar do evento e citou "a dura batalha" que o presidente Lula e o ministro Luiz Marinho estão enfrentando no Congresso Nacional para pautar a agenda trabalhista, desde o projeto que regulamenta a profissão de motoristas de aplicativo à implementação da lei de igualdade salarial.
"Vencemos a eleição em 2022, o Brasil voltou a crescer, a renda dos trabalhadores subiu para 11,7% em 2023, o Bolsa Família voltou, retomamos a política de valorização do salário mínimo e a estratégia de industrialização - a prova na Bahia é a chegada da fábrica da BYD -, bem como as políticas culturais, a relação com o movimento sindical e os movimentos sociais. Mas estamos enfrentando uma dura batalha no Congresso Nacional", admitiu o secretário nacional.
O secretário estadual do Trabalho, Davidson Magalhães, representou o governador Jerônimo Rodrigues no 1º de Maio e ressaltou que o primeiro trimestre de 2024 na Bahia foi encerrado com mais 12 mil empregos com carteira assinada, além das 719 mil vagas abertas pelo governo federal. "Voltaram as políticas públicas, os investimentos que garantem a geração de emprego e renda. Mas ainda falta muito: precisamos de emprego decente, combater o trabalho infantil e o trabalho semiescravo, precisamos que a lei que garante salários iguais para homens e mulheres seja efetivada", comentou.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza, Asseio e Conservação de Salvador (Sintral-BA), Mauricio Roxo, falou sobre o drama dos empregados terceirizados deste setor, e disse que foi à manifestação expressar a sua "indignação" pela forma como eles, mesmo tão importantes aos diversos órgãos públicos, são invisibilizados e contratados.
O presidente do Sindicato dos Portuários de Candeias, Valci Santana, também demonstrou preocupação com a categoria que representa: "Hoje é dia de comemoração e protesto contra a precarização do trabalho. Temos a segunda maior baía do mundo, a Baía de Todos-os-Santos. Estamos aqui para protestar contra a direita, a extrema-direita e as associações patronais, que querem extinguir a guarda portuária e a mão de obra avulsa nos portos".
A programação do 1º de Maio no Farol da Barra começou cedo, com atividades esportivas e culturais. No local foram oferecidos serviços de emissão de RG, vacinação e intermediação de mão de obra. Após o ato político, o público pôde curtir os shows das bandas Adão Negro e Psirico.
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