Embasa alerta para o perigo de se abrir tampa da rede de esgoto para escoar água de chuva
O início do período mais chuvoso em Salvador, abril e maio, traz consigo transtornos no dia a dia da população como alagamentos em ruas por conta do alto volume de água que se precipita em pouco tempo e que não escoa adequadamente. A Embasa alerta que os moradores nunca devem retirar irregularmente a tampa do poço de visita da rede pública coletora de esgoto na tentativa de escoar a chuva nessas situações. Longe de ser solução, isso só causa mais problemas.
“A rede de esgoto é projetada para receber apenas o esgoto dos imóveis, e não o grande volume das águas pluviais. O lançamento indevido dessas águas na nossa rede provoca obstruções, extravasamentos e até o retorno de esgoto ao domicílio, multiplicando os transtornos”, explica Thaís Vieira, superintendente de Serviços de Água e Esgotamento Sanitário da Embasa na RMS. “Mesmo que a rede de esgoto esteja entupida por conta desses fatores, é um erro dizer que o alagamento foi causado por conta dela, pois o equipamento responsável por escoar a água de chuva é a rede ou canais de drenagem”.
Somente em 2023, foram executadas 25 mil desobstruções da rede de esgoto em Salvador, para retirar areia, pedras, buchas (emaranhados de fibras) e, principalmente, lixo. O lixo representa mais de 50% das dessas desobstruções e sua presença deve-se ao mau uso das redes interna (dentro do imóvel) e pública de esgoto.
Saiba a diferença – É comum as pessoas confundirem as estruturas da rede de drenagem pluvial com as da rede de esgoto. O sistema público de esgotamento sanitário, operado pela Embasa, coleta a água suja descartada pelos imóveis residenciais e comerciais, seja nos ralos, nas pias ou na descarga do vaso sanitário. Já a rede urbana de drenagem pluvial, de responsabilidade da prefeitura, coleta a água da chuva que cai sobre todo o território da cidade. Por isso mesmo, a rede de drenagem tem aberturas (bueiros) ao lado das ruas, para escoamento imediato da chuva. Já a rede de esgoto é toda subterrânea e fechada, sem contato com o meio ambiente externo.
Manuella Andrade, diretora de Operação da Embasa na Região Metropolitana de Salvador, explica que os proprietários devem ligar seus imóveis à rede coletora de esgoto sempre que essa infraestrutura estiver disponível na rua. “Isso é fundamental para que o sistema de esgotamento sanitário possa cumprir seu papel de evitar que o esgoto vá parar na rede de drenagem e, consequentemente, nos rios e praias”, destaca.
“A Embasa tem feito ações de fiscalização para identificar ligações clandestinas de esgoto nos canais e córregos urbanos, através de contratos contínuos de ligações de esgoto na cidade, além de executar novos ramais de esgotamento sempre que necessário de acordo com o crescimento da cidade", explica Manuella.
Chuvas – Nos primeiros oito dias de chuvas, Salvador já ultrapassou a média prevista para o mês de abril. De acordo com o Climatempo, nos primeiros três dias, a cidade registrou 121,8 milímetros (mm) de chuva. Em apenas 72 horas, o volume acumulado chegou perto do que costuma chover no mês inteiro no município, sendo que a média climatológica para a abril é de 176 mm.
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