26 de Novembro de 2024

Moraes assina alvará de soltura de preso do 8/1 que está com suspeita de câncer

Preso desde o dia 3 de fevereiro de 2023, sem denúncia, após ter realizado a cobertura, ao vivo, dos atos de 8 de janeiro em suas redes sociais, o jornalista de Rondônia, William Ferreira da Silva, de 59 anos, teve o alvará de soltura assinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, nesta terça-feira (23).

A informação foi confirmada à Gazeta do Povo pelo advogado do jornalista, Hélio Junior.

À Gazeta, o advogado explicou que William está com fortes suspeitas de câncer de próstata e apresenta um edema nos pulmões, motivo pelo qual está internado há, pelo menos, cinco dias sem qualquer previsão de alta médica.

Ao sair da carceragem, após liberação médica, William deverá usar tornozeleira eletrônica de monitoramento. O jornalista encontra-se preso no Complexo de Correção da Polícia Militar (CCPM) de Rondônia.

“Lamentavelmente, após reiterados pedidos de soltura, após ir a tribunais internacionais, o terceiro pedido de soltura será atendido mediante o uso de tornozeleira, somente indo para casa após alta hospitalar. Ele não pôde realizar biópsias mais específicas porque desde o início do ano o ministro Alexandre de Moraes bloqueou integralmente a sua aposentadoria”, disse o advogado ao lembrar que William é policial aposentado.

“William vai para casa cuidar da sua família. Ele é casado e tem quatro filhos. Agora, ele luta pela vida”, completou o advogado.

William perdeu um irmão vítima da mesma doença que agora luta contra. O irmão do jornalista morreu no dia 29 de outubro de 2023.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Rondônia, Luiz Carlos Teodoro, chegou a visitar William no Complexo de Correção da Polícia Militar (CCPM), em Porto Velho, e afirmou que a prisão do jornalista viola a Constituição Federal.

Em entrevista concedida a um veículo de comunicação local, Teodoro explicou que o Código de Processo Penal (CPP) apresenta requisitos e prazos para a manutenção de uma prisão preventiva, o que não foi seguido no caso em questão. “É uma violação de direitos humanos”, alertou.

A situação de William também remete ao caso do empresário Cleriston Pereira, que morreu no dia 20 de novembro de 2022 após sofrer um mal súbito durante banho de sol na Papuda, onde estava preso preventivamente há dez meses por suspeita de envolvimento nos atos do dia 8 de janeiro.

Devido a comorbidades, Cleriston chegou a receber do Ministério Público Federal (MPF) um parecer favorável a sua soltura. O pedido de liberdade provisória foi encaminhado a Moraes no fim de agosto de 2023 e aguardava análise do ministro.

O ministro também ignorou diversos alertas médicos sobre o risco de mal súbito do preso caso ele não recebesse tratamento adequado.

 

Informações da Gazeta do Povo / Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF

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