MST apaga nota em apoio à Palestina após repercussão negativa
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) apagou do seu site uma nota emitida em apoio ao Estado da Palestina após repercussão negativa, segundo o movimento. A nota não citava nominalmente o grupo extremista Hamas.
O texto dizia que o MST reiterava o "apoio total e irrestrito à luta do povo palestino pela sua autodeterminação e contra a política de apartheid implementada por Israel".
"A Resistência Palestina, desde Gaza, reagiu, de maneira legítima, às agressões e à política de extermínio que Israel implementa na região há mais de 75 anos. Gaza foi transformada pelo governo sionista de Israel em uma prisão a céu aberto! Um campo de concentração isolado do resto do mundo, permanentemente atacado e bombardeado pelo exército de Israel", afirmava ainda a nota.
Segundo o movimento, o conteúdo foi apagado após ser alvo de uso indevido, "com matérias e disseminação de fakes news onde o movimento foi colocado como apoiador do Hamas, o que nunca foi expresso pelo MST".
O MST afirmou também que está mobilizando, com outras organizações, um ato nesta quarta-feira (11) em apoio ao povo palestino no centro da capital paulista.
Na terça (10), o pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), também se manifestou sobre uma fala considerada ambígua sobre o conflito, pela ausência de menção ao Hamas.
Boulos pediu a palavra na Câmara dos Deputados para um discurso em que citou o grupo terrorista após perder um aliado na pré-campanha da candidatura à Prefeitura de São Paulo em 2024.
"Diante da situação trágica que nós estamos acompanhando no Oriente Médio, eu queria aqui me solidarizar com todos os familiares das vítimas dos ataques propagados pelo Hamas. Nada justifica o assassinato de civis inocentes", iniciou Boulos, que em posicionamento anterior não citou o grupo extremista, que assumiu a autoria dos ataques contra Israel responsáveis por detonar a atual crise.
"E é importante lembrar que o Hamas não representa o conjunto do povo palestino", acrescentou, para em seguida condenar também o lado israelense, com o uso da força contra palestinos.
O Hamas, grupo extremista islâmico que governa a Faixa de Gaza, iniciou no último sábado (7) uma série de ataques contra alvos civis em Israel. Em resposta, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, declarou guerra.
Os atentados do grupo terrorista são os piores sofridos por Israel em 50 anos. A incursão do Hamas deixou mais de 1.200 mortos em solo israelense. Já os ataques retaliatórios mataram ao menos 1.055 na Faixa de Gaza. No total, 2.255 mortes tinham sido confirmadas até a manhã desta quarta.
O Hamas já era considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e por boa parte dos países europeus. O grupo, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, prega a destruição de Israel em seu estatuto. A facção foi criada em 1987, após o início da primeira intifada, levante palestino contra forças israelenses.
O Hamas disse que a ofensiva foi motivada pelos "ataques crescentes" de Israel contra os palestinos na Cisjordânia, em Jerusalém e contra os palestinos nas prisões israelenses.
Em resposta aos ataques, Israel declarou guerra contra o Hamas e lançou uma série de ataques contra a Faixa de Gaza.
Informações da Folha de S. Paulo / Foto: Reprodução
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