Sobe para 13 o número de ciganos assassinados na Bahia
Com o ataque que ocorreu na manhã desta quinta-feira (5) em Jequié, o número de ciganos assassinados na Bahia cresce. Segundo levantamento feito pela reportagem, foram encontrados doze casos de pessoas pertencentes à etnia cigana que foram baleadas por armas de fogo.
Lideranças do povo cigano na Bahia foram procuradas para comentar sobre o caso ocorrido nesta manhã (05), mas não quiseram falar por estarem abalados pelo acontecimento.
Dois dias antes da chacina, o jovem de 22 anos, Iomar Barreto Cabral, foi morto a tiros em um carro enquanto passava pela BR-116, na altura da cidade de Rafael Jambeiro, no Centro Norte do estado. O crime aconteceu na noite de segunda-feira (2). Segundo informações preliminares, outro carro emparelhou com aquele em que Iomar estava, antes de os tiros serem deflagrados. De acordo com o delegado Roberto Leal, o jovem era pai da criança de cinco anos e esposo da mulher grávida assassinadas na manhã desta quinta-feira (05).
Em agosto deste ano, houve um ataque contra ciganos na cidade de Feira de Santana. Quatro homens foram mortos e duas pessoas ficaram feridas em um restaurante. As vítimas estavam almoçando no local e três delas morreram na hora depois de dois homens armados entrarem armados no restaurante e atirar diversas vezes em direção ao grupo.
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios (DH / Feira de Santana). Ninguém foi preso até o momento. Ainda de acordo com a Polícia Civil, diligências investigativas estão em andamento para esclarecer a autoria e a motivação do crime.
Enquanto na cidade de Ipiaú, um ataque a tiros, na noite do dia 21 de agosto, deixou um homem cigano morto e outro ferido. O caso aconteceu também em agosto durante o retorno de um evento na zona rural. Os homens foram atingidos por tiros em diversas partes do corpo.
No início de julho também aconteceu a morte da recém-casada Hyara Flor Santos Alves, de 14 anos. A menina cigana foi encontrada sem vida após ser sofrer complicações ao ser baleada com arma de fogo.
“Em relação à reação da comunidade, é claro que não somente por esse caso recente, mas, por todos os demais, a sensação é de uma extrema insegurança e, muito embora esses recentes casos deixem uma impressão de um povo violento, essa não é uma realidade dos ciganos nem uma exclusividade nossa. A humanidade de um modo geral tem passado por um processo de incremento da violência, principalmente na base da pirâmide social”, relata Jucelho Cruz, cigano e professor da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
Informações do Correio* / Foto: Reprodução
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