25 de Novembro de 2024

Projeto de Suíca troca nome de praça em Salvador para Maria Felipa em homenagem à heroína do 2 de Julho

A praça Visconde de Cairu, localizada no bairro do Comércio, em Salvador, deve passar a se chamar Maria Felipa, em homenagem à heroína negra na Independência do Brasil na Bahia. O projeto de lei é do vereador petista Luiz Carlos Suíca, que comentou a peça nesta quarta-feira (9) como mais uma ação do seu mandato para diminuir o número de logradouros com nome de pessoas que apoiaram direta ou indiretamente a escravidão no Brasil. “É bom evidenciar que manifestações retóricas e discursivas de José da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu, são contraditórias. Aderiu à monarquia após a Revolução do Porto, colocando-se a serviço no Parlamento. Ele imputava ao sistema colonial o enfraquecimento da indústria e a manutenção da escravidão, que comprometiam a civilização e o progresso”, sintetiza Suíca. 

Em sua justificativa, o edil soteropolitano defende o porquê da moradora da Vila de Itaparica, Maria Felipa de Oliveira, ser homenageada. “Vamos trocar o nome de um escravocrata pelo de uma escrava liberta, descendente de sudaneses, marisqueira, capoeirista acostumada a andar de chinelos, saia rodada, bata, torso e turbante, vestimentas estampadas com adinkras, símbolos que representam aforismos africanos, e imagens como a sankofa - a ave africana que olha para trás para aprender com o passado antes de enfrentar o futuro. Maria Felipa ganhou monumento ao lado do Mercado Modelo, em Salvador, no qual olha para Itaparica, onde viveu e vigiou os portugueses, mas ela merece ainda mais”, declara Suíca, que também é historiador.

O petista completa dizendo que não restam dúvidas sobre a importância do trabalho de Maria Felipa e a dedicação a ser simbolizada para adoção de seu nome à praça com tanta importância e simbolismo teve em sua vida. “A história dela não ganhou os documentos oficiais e ela vive na tradição oral. Inclusive tem um fato curioso que foi a surra de cansanção que ela deu nos portugueses e os fez se arderem de coceira. Meses após a aclamação de Dom Pedro como imperador, a capital baiana continuava sendo território de disputa entre Brasil e Portugal. A ilha de Itaparica transformou-se num ponto central dos ataques portugueses, que resistiam à independência da colônia. Maria Felipa virou símbolo da independência da Bahia e do Brasil, falecendo 50 anos após o fim do domínio português”.

Whatsapp

Galeria

Bahia Farm Show apresenta exposição fotográfica sobre as belezas do Oeste da Bahia
Exposição aproximará startups agrícolas de investidores privados
Ver todas as galerias

Artigos