25 de Novembro de 2024

Artes marciais como mecanismo de inclusão social é debatida na Câmara

A Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados promoveu, na última terça-feira, uma audiência pública para discutir a inclusão da prática das artes marciais como políticas públicas nas comunidades carentes, possibilitando que mais pessoas tenham acesso à atividade. A solicitação foi feita pelo deputado federal Márcio Marinho (Republicanos/BA), que defendeu apoio público para o estímulo da prática das artes marciais nas escolas e comunidades. Segundo ele, é preciso investir em parcerias nessa área.

“A inclusão social de jovens no esporte é uma ferramenta de transformação social indispensável e muito proveitosa. Investir em projetos e políticas públicas nessa vertente é investir na formação de cidadãos comprometidos com a justiça e o bem social”, disse Marinho.

O vereador e presidente da Associação Kamakura de Judô, da cidade de Irecê (BA), Antônio da Silva Jesus, corroborou a falta de apoio público para levar as artes marciais às escolas. Toninho do Judô, como é mais conhecido, coordena um projeto social para crianças em situação de vulnerabilidade. Segundo ele, o judô está dando uma nova perspectiva de vida para os alunos.

“A arte marcial faz a inclusão por meio da disciplina, dos valores e do respeito aos mais velhos. Ela proporciona às pessoas que não têm condições vislumbrar coisas que não poderiam realizar se não fosse a arte marcial”, disse.

O professor Bernardino Teixeira, que desenvolve um projeto de estímulo ao judô na Secretaria de Educação do Distrito Federal, afirmou que as políticas públicas para esporte não chegam às escolas.

“Muitas vezes o professor é obrigado a tirar do bolso dele, a arrumar o espaço, construir o dojô [local do ensino]. Assim como eu, aqui em Brasília tem vários senseis [professores] que estão tocando projetos sociais sozinhos”, afirmou.

O presidente da Comissão do Esporte, deputado Luiz Lima (PL-RJ), afirmou que as artes marciais abrem novos caminhos para as crianças. “A luta passa uma sensação para a criança, rapidamente, do que é respeito, do que é conhecer seus limites”, disse.

De acordo com os convidados, karatê, judô e outras modalidades são importantes instrumentos de formação e de inclusão social, mas é comum os instrutores trabalharem sem apoio, principalmente em comunidades carentes.

 


Foto: Socorro Araújo

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