Lula chama presidente do Banco Central de “teimoso” e “tinhoso” por não baixar juros
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de “teimoso” e “tinhoso” durante a live semanal transmitida na manhã desta terça (11) pelas redes sociais. Os “adjetivos” foram dados quando comentava sobre a percepção da população acerca das políticas econômicas que o governo vem sinalizando ao mercado e que, diz, influenciam na queda da inflação e da cotação do dólar.
Lula comentava sobre os benefícios que a aprovação da reforma tributária vão trazer ao país quando efetivamente começar a funcionar, e que estes sinais, junto do avanço também do novo arcabouço fiscal, estão sendo bem recebidos pelo mercado financeiro. “As pessoas estão ficando mais otimistas”, disse.
“E logo logo vai começar a baixar a taxa de juros, porque o presidente do Banco Central é teimoso, é tinhoso, mas não tem mais explicação”, disse em referência à cobrança que tem feito desde o começo do ano para que a autoridade monetária comece a baixar a taxa básica de juros Selic, que foi mantida em 13,75% na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) no mês passado.
A expectativa é de que o Copom comece um movimento de queda da taxa a partir da reunião de agosto. Analistas do mercado financeiro preveem que a Selic vai terminar o ano em 12%, segundo o Relatório Focus desta semana.
A crítica a Campos Neto se repetiu de forma um pouco mais sutil em outro momento da live, em que o interlocutor questionou Lula sobre o motivo da Selic seguir em alta no Brasil mesmo com inflação baixa. Comparou com o cenário visto na Europa e nos Estados Unidos, em que a inflação está alta e os juros em baixa.
“Não é só questão do juro, ele é um componente”, disse emendando uma fala repetida constantemente desde a campanha eleitoral, de que o governo precisa de credibilidade, previsibilidade e estabilidade jurídica, social e econômica para fazer o país crescer. De acordo com ele, isso já foi feito durante seus primeiros dois mandatos e será repetido “até um pouco mais rápido” agora, por já ter “experiência” e “maturidade”.
E que “mesmo a parcela da sociedade que não gosta do PT, que não acredita no PT, sabe que nós tratamos com seriedade as coisas que nós assumimos publicamente”, completou.
Além de criticar o presidente do Banco Central por conta da manutenção da taxa básica de juros a 13,75%, Lula também comentou na live sobre a aprovação da reforma tributária e do “voto de qualidade” na Câmara, em que negou que a liberação de mais de R$ 8,5 bilhões em emendas tenha influenciado os votos dos deputados. Foram “negociações”, disse.
Lula também comentou sobre a retomada do conselho que vai definir a nova política industrial do país, na semana passada; a transição energética com os potenciais ganhos do Brasil em cima da exploração da biodiversidade da floresta amazônica; da realização de um concurso para a contratação de agentes para o Ibama; o que deve fazer para zerar a fila do INSS; entre outros assuntos.
Informações da Gazeta Brasil / Foto: Reprodução
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