26 de Novembro de 2024

CCZ realiza nova abertura de imóvel abandonado para inibir proliferação do Aedes

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Salvador, vinculado à Secretaria Municipal da Saúde (SMS), realizou nesta terça-feira (27) mais uma abertura de imóvel abandonado para eliminação de possíveis focos do mosquito. A iniciativa dá continuidade às ações estratégicas de combate ao Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya em Salvador. 

A atividade foi realizada por agentes de combate às endemias no Caminho das Árvores, com apoio de um chaveiro e em parceria com a Guarda Civil Municipal (GCM). O imóvel foi aberto após o cumprimento de alguns critérios, como a tentativa frustrada de localização dos proprietários por três vezes alternadas. O imóvel trabalhado apresentava condições propícias à reprodução do Aedes como estrutura sem manutenção, piscina sem tratamento e descoberta, telhados quebrados, calhas entupidas e recipientes espalhados por toda a estrutura. 

A ação está respaldada na Lei Federal 13.301, que dispõe sobre a adoção de medidas de vigilância quando verificada situação de iminente perigo à saúde pública pela presença do mosquito transmissor das arboviroses. "Apesar dos esforços de controle e prevenção, essas estruturas acabam representando um perigo invisível para toda a comunidade. A falta de manutenção oferece condições para o acúmulo de água parada, criadouros perfeitos para o Aedes", alertou a titular da SMS, Ana Paula Matos.  

Uma fêmea do mosquito pode depositar os ovos em diversos recipientes dentro de um único imóvel, resultando em centenas de novos mosquitos. Com o passar do tempo, esses mosquitos vão em busca de outros locais para se alimentar, ampliando o alcance da infestação e colocando em risco um número ainda maior de pessoas. 

Denúncia – Neste ano, o CCZ já catalogou 15 imóveis fechados e/ou abandonados em Salvador. Desses, 13 proprietários se apresentaram junto ao órgão permitindo a entrada dos agentes de endemias e execução das atividades de inspeção e eliminação de focos. O trabalho de mapeamento continua sendo realizado pela SMS, bem como denúncias também podem ser feitas pela população através do Fala Salvador, no número 156.  

"A conscientização da população também é crucial para a prevenção e o controle efetivo das arboviroses. É fundamental que governos e a sociedade unam esforços para enfrentar esse problema de saúde pública. Medidas como manutenção preventiva e a limpeza periódica de suas casas são essenciais para interromper o ciclo de reprodução do mosquito Aedes aegypti", finalizou a secretária municipal da Saúde. 

Casos notificados – Sobre o aumento da notificação dos casos de arbovirores em Salvador, a SMS esclarece que a dengue, chikungunya e zika são doenças consideradas de relevância epidemiológica e demandam ações intersetoriais e interinstitucionais, para além do âmbito da atenção à saúde no SUS. Com a circulação concomitante dos três vírus desde 2014, que tem o mosquito Aedes aegypti como vetor comum implicado no ciclo de transmissão, o cenário tornou-se desafiador e demandou respostas rápidas de enfrentamento. 

Assim, considerando as implicações na saúde da população, todos os casos suspeitos passaram a ser compulsoriamente notificados no Brasil, o que desencadeou o aumento do número de casos prováveis em relação ao ano anterior. O objetivo da notificação compulsória, mesmo sem confirmação laboratorial das doenças, é oferecer informações para planejamento e organização assistencial, tomada de decisões e implantação em tempo oportuno de medidas de controle. 

"Este aumento não quer dizer que sejam casos instalados. A partir desta nova normatização do Ministério da Saúde, passamos a notificar todo caso suspeito, o que justifica esse aumento. Nosso trabalho é identificar com rapidez as áreas com maior registro, localizar efetivamente algum caso confirmado e fazer as atividades de inspeção e eliminação de criadouros. Mas também temos o dever de fazer esse alerta social para conscientizar a população sobre a importância de atuarmos juntos", finalizou Ana Paula Matos. 

 

Fotos: Ascom/SMS 

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