Na CPMI, ex-PRF nega interferência no segundo turno da eleição
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques negou acusações de que a fiscalização da corporação tenha interferido para evitar que eleitores chegassem às sessões eleitorais no Nordeste durante o 2º turno das eleições de 2022. As declarações foram feitas na sessão desta terça-feira, 20, da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro. Segundo Vasques, no dia 30 de outubro, as equipes da PRF apreenderam cinco ônibus no Nordeste devido a irregularidades que os impediam de circular, como para-choques e retrovisores quebrados. “De todos os veículos fiscalizados no Nordeste, apenas 3% foram ônibus. Dos 1754 municípios do Nordeste, a PRF recolheu no dia cinco ônibus”, disse. “O segundo turno da eleição pela primeira vez na história foi o turno em que a gente teve o menor número de abstenção”, alegou.
O ex-diretor da PRF questionou também acusações de que teria direcionado a maior parte da fiscalização ao Nordeste nas eleições. Segundo ele, havia 694 pontos de fiscalização nos municípios da região durante o 2º turno. “Não é verdade porque o Nordeste brasileiro tem nove Estados, nove superintendências. A maior estrutura da PRF no Brasil”, afirmou. “O Nordeste, junto com o Norte, foi o local onde a polícia menos realizou fiscalização.”
Silvinei Vasques foi o primeiro a prestar depoimento na CPMI. Ele é investigado por usar o cargo para permitir bloqueios em rodovias durante manifestações contra o resultado das eleições de outubro do ano passado. No fim do ano, a PRF decidiu conceder aposentadoria compulsória ao então diretor, um dia depois de ele ser exonerado do cargo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na sessão desta terça, o ex-PRF disse ainda que cumpriu a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que as frotas municipais fizessem o transporte de eleitores no dia da eleição. “Rapidamente, em apenas duas horas, a gente encaminhou isso para todas as autoridades determinando o fiel cumprimento da decisão”, disse
Para a próxima quinta-feira 22, a CPMI marcou o depoimento de George Washington de Oliveira Sousa, preso por tentativa de explodir uma bomba próximo ao Aeroporto Internacional de Brasília no fim do ano passado. No mesmo dia, o colegiado receberá Valdir Pires Dantas Filho, perito da Polícia Civil do Distrito Federal responsável por desarmar a bomba. O ex-diretor da PRF e George Washington são ouvidos na condição de convocados, ou seja, são obrigados a comparecer à CPMI.
Informações da Jovem Pan / Foto: Divulgação/PRF
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