24 de Novembro de 2024

Caso Marcos do Val: Moraes cruza a linha do Senado

O envio da Polícia Federal pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao gabinete do senador senador Marcos do Val (Podemos-ES) deixou a Casa em alerta. Alguns parlamentares que estavam em Brasília na tarde de quinta-feira, 15, telefonaram ou pediram para conversar pessoalmente com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele atendeu a maioria dos pedidos e confirmou que foi informado previamente da ação da PF.

Oeste ouviu de alguns senadores a análise de que Moraes, nas palavras de um deles, “cruzou a linha” do Senado. Até agora, o ministro havia enfrentado a Câmara, sobretudo no episódio da prisão do deputado Daniel Silveira (RJ) – e depois com o bloqueio de perfis de conservadores nas redes sociais. Mas o Senado não. A avaliação é que Moraes respeitava essa linha porque o Senado é a única Casa com poderes constitucionais para frear o Judiciário – por exemplo, pautar um pedido de impeachment de um ministro do Supremo.

Aqui vale um dado histórico: desde a Constituição de 1988, só três senadores tiveram o mandato cassado. São eles: Luiz Estevão, em 2000, por causa de desvios na obra do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo; Demóstenes Torres pelas relações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, em 2012; e Delcídio do Amaral, em 2016, por desdobramentos da Lava jato – ele tentou defender o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. Desses três, Luiz Estevão e Delcídio foram presos. Mas eis um dado relevante: os processos foram submetidos ao plenário do Senado.

Um senador comentou com a reportagem há pouco: “Já imaginou se o ministro acata o pedido da Polícia Federal, comandada por Flávio Dino, e manda prender o Marcos do Val, que integra a CPMI do 8 de janeiro? Pior: ele está no Espírito Santo, hoje é aniversário dele, mas e se estivesse no gabinete?”.

Rodrigo Pacheco, que se omite sempre que pode, parece ter um problema grande pela frente. O Senado fará valer o artigo 53 da Constituição, que diz: “Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos”, ou não?

 

Informações da Revista Oeste / Foto: Roque de Sá/Agência Senado 

Whatsapp

Ultimas notícias

Galeria

Bahia Farm Show apresenta exposição fotográfica sobre as belezas do Oeste da Bahia
Exposição aproximará startups agrícolas de investidores privados
Ver todas as galerias

Artigos