Líder do União diz que Sabino é nome da bancada, mas nega pressão por troca no Turismo: ‘Sem faca no pescoço de ninguém’
O líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (BA), disse, na noite desta terça-feira, 13, que o deputado federal Celso Sabino (PA) “se consolidou” como o nome apoiado pela bancada para uma eventual troca no Ministério do Turismo. A atual chefe da pasta, Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), balança no cargo, justamente, pela pressão de caciques da legenda, que cobram a alteração e ameaçam, nos bastidores, fazer oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se Carneiro for mantida. A deputada do Rio de Janeiro se reuniu com o petista na manhã desta terça e ganhou sobrevida à frente do Turismo – a troca, no entanto, é dada como certa nos corredores do Congresso Nacional. Segundo Nascimento, no entanto, “o presidente vai ter que dizer” qual é “o timing” para a eventual substituição. “Não vamos botar a faca no pescoço de ninguém. Eles [governo] precisam primeiro, se quiserem, resolver situação com a ministra Daniela. “Não dá para passar por cima dela e tratar de indicação sem primeiro resolver isso com ela”, disse a jornalistas após uma reunião da bancada.
Na conversa com a imprensa, Elmar Nascimento disse que Lula vai chamar os parlamentares do partido para conversar “quando e se achar que deve”. “Até agora não houve esse aceno”, resumiu. Mais cedo, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política, já havia dito que o presidente da República iria ouvir as lideranças do União Brasil antes de tomar uma decisão. Elmar também deu a entender que, além da eventual indicação de Celso Sabino para o Ministério do Turismo, o partido cobiça outros órgãos importantes ligados à pasta. Como a Jovem Pan mostrou, uma ala da legenda está de olho na chefia da Embratur, atualmente comandada pelo ex-deputado federal Marcelo Freixo, que recentemente se filiou ao PT. Para atender a essa demanda, portanto, Lula teria que rifar um aliado histórico. “Quando nossa perspectiva era que fosse a senadora Dorinha [a escolhida para o Ministério do Turismo], era o ministério completo, com todas as posições, porque é um ministério pequeno”, disse Elmar, sem dar mais detalhes.
A iminente saída de Daniela Carneiro visa melhorar a relação do Palácio do Planalto com o União Brasil, que possui 59 deputados federais – uma ala da bancada, no entanto, se diz de oposição ao governo federal. São os casos dos deputados Kim Kataguiri (SP), Rosangela Moro (SP) e Mendonça Filho (PE). Sobre os eventuais efeitos da escolha de Celso Sabino para o Ministério do Turismo, Elmar Nascimento não titubeou e disse que não poderia garantir unanimidade. “Não vou obrigar ninguém a se suicidar. Não posso pedir ao Kim, à Rosangela, ao Francischini e ao Mendonça Filho a votarem com o governo”, resumiu, acrescentando que isso implicaria em obrigar os parlamentares a votarem contra os seus eleitores. Questionado se poderia garantir que o União passaria a entregar, com Sabino na Esplanada, 50 votos ao governo, Elmar Nascimento relembrou o placar da aprovação do arcabouço fiscal, quando 50 deputados da bancada foram a favor da proposta idealizada pelo ministro Fernando Haddad, da Fazenda.
Informações da Jovem Pan / Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados
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