Oeste: condenado pela Justiça intimida magistrados em disputa de terra
Região onde prospera o agronegócio, o Oeste da Bahia tem sido alvo da ação de oportunistas, que tentam se apropriar ilegalmente de terras. Condenado pela Justiça Federal carioca por lavagem de dinheiro e fraude de imóveis rurais, o empresário Ajax Augusto Mendes Correa Júnior tenta por meio de sua empresa rural, a AMC Agropastoril, se apropriar de área de 13.880 hectares no Oeste da Bahia. É o que comprova documentação em poder do A TARDE.
Sem base em provas nos autos que lhe garantam o direito às terras, Ajax Correa Júnior estaria tentando constranger o Poder Judiciário da Bahia para obter decisões em seu favor. Frequentemente, por meio da AMC, ele tem atacado a imparcialidade de juízes e desembargadores, dando a entender que seu caso também teria relação com a Operação Faroeste, que culminou na prisão e afastamento de magistrados e desembargadores da Justiça Baiana.
Como forma de tentar coagir os magistrados, em vésperas de julgamento, a estratégia ocorre por meio de reportagens que já foram veiculadas na imprensa nacional. Também são utilizados, nessas matérias, expedientes inverídicos que não correspondem ao processo, tentando fazer ligação das terras em litígio com empresas nacionais de grande porte, que possuem investimentos de mais de R$ 3 bilhões a serem feitos no Oeste do Estado, com geração de mais de mil empregos diretos. A TARDE apurou que nenhum dos investimentos a se realizar envolve a área conflituosa que a AMC alega ser proprietária, sendo, segundo um advogado ouvido, “mais um factoide para tentar influenciar o Judiciário”.
Embora já acumule derrotas em instâncias inferiores, Ajax Augusto Mendes Correia Júnior insiste em acusar o Poder Judiciário baiano sem provas. Segundo a Justiça Federal carioca, o representante da AMC Agropastoril, no processo 0805843-89.2010.4.02.5101/RJ, teria fraudado transações imobiliárias para obter crédito de quase 2 milhões de reais, conforme sentença a qual A Tarde teve acesso.
Ajax Correia Júnior, segundo o processo do Rio de Janeiro, teria agido com a participação do suíço naturalizado brasileiro Mike Niggli, acusado de fraude internacional por golpes de US$ 80 milhões (aproximadamente R$ 450 milhões pelo câmbio atual) no mercado suíço. Esse assunto chegou a ser objeto de reportagem da Folha de São Paulo. Segundo a matéria, “Niggli foi preso para extradição em 2004 pela chefia da Interpol no Rio, que integra a Polícia Federal. Em novembro de 2006, obteve no STF (Supremo Tribunal Federal) direito à prisão domiciliar”. Ainda na reportagem, a Interpol afirmou, à época, que o “sumiço foi três meses depois de o governo brasileiro cancelar seu processo de naturalização”.
A TARDE fez contato com o representante da empresa que litiga com Ajax Júnior. A Agropecuária Vau do Formoso informou “confiar na magistratura baiana, que vem reconhecendo seu direito tanto em primeiro quanto em segundo grau”. A redação, contudo, não conseguiu localizar a AMC Pastoril até o fechamento da matéria, estando à disposição para esclarecimentos.
Informações do jornal A Tarde / Foto: Divulgação / Aiba
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