24 de Novembro de 2024

Ministros da articulação de Lula descartam judicializar MP da Esplanada e dizem que governo trabalha para reverter mudança

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT-SP), rechaçou a possibilidade do governo federal judicializar a Medida Provisória 1154/2023, conhecida como MP da Esplanada, enquanto o tema é discutido no Congresso Nacional. Em conversa com jornalistas após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Originários, Sônia Guajajara, o ministro afirmou que as mudanças impostas no relatório do deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL) não impedem o governo de promover ações na área do meio ambiente e sustentabilidade. “Não existe por parte do governo nenhuma medida de judicialização enquanto está em curso o processo legislativo. Esse é um governo que respeita a relação e o papel que tem o Congresso Nacional de construir. A solução é pela política, pelo diálogo, respeitando o processo legislativo”, afirmou Padilha ao lado dos ministros Rui Costa e Paulo Pimenta, negando que tenha acontecido um “esvaziamento” dos compromissos do governo.

“O assunto foi amplamente discutido e todos saíram com a absoluta convicção, apesar de pontos que não foram de concordância do governo – e é um relatório de mais de 50 páginas, dezenas de artigos, tivemos alguns pontos que foram citados aqui pelo ministro que não tinha concordância com o governo – apesar desse ponto isso não impede o governo (de fazer ações ambientais). Não há esvaziamento da agenda da sustentabilidade no governo”, disse Padilha. Apesar das declarações, Rui Costa admitiu que o governo vai trabalhar para reverter as mudanças nos próximos dias, antes da votação da matéria em plenário. A fala de Padilha ocorre em meio às insatisfações causas pela derrota do governo na análise da MP dos Ministérios. Como o site da Jovem Pan antecipou, deputados e senadores aprovaram na comissão mista o relatório do deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL), que, entre outras coisas, retira das competências da pasta ambiental o Cadastro Ambiental Rural (CAR), a Agência Nacional de Águas (ANA), e a gestão de resíduos sólidos, esvaziando as atribuições de Marina Silva.

Ao mesmo tempo, o texto proposto também propõe que a demarcação dos territórios dos povos indígenas passe do Ministério dos Povos Originários para o Ministério da Justiça. Marina não esconde o descontentamento. Durante posse do novo presidente do Instituto Chico Mendes, Marina afirmou que o governo passa por um momento extremamente difícil. “Nós temos que resistir e vamos resistir manejando essas contradições, criando alternativas, buscando soluções e cuidando do legado”, disse. Nesta sexta-feira, 26, Padilha já havia defendido o papel de Marina para sustentar a agenda de sustentabilidade do Brasil, que está no “coração” do governo Lula 3. “O governo tem instrumentos institucionais para a segurança da agenda de sustentabilidade. Essa agenda está no coração do governo Lula e é liderado pela ministra Marina Silva, que tem papel importante em sustentá-la”, escreveu no Twitter.

 

Informações da Jovem Pan / Foto: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Whatsapp

Ultimas notícias

Galeria

Bahia Farm Show apresenta exposição fotográfica sobre as belezas do Oeste da Bahia
Exposição aproximará startups agrícolas de investidores privados
Ver todas as galerias

Artigos