Após pressão de bases contra PL das Fake News, Republicanos se distancia do governo Lula
A mudança de posição do Republicanos em relação ao Projeto de Lei 2.630/2020, o chamado PL das Fake News - com a decisão de votar contra o texto -, não só inviabilizou o avanço da proposta como também distanciou mais o partido da base do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Pressionada pela comunidade evangélica, que reúne parte significativa dos simpatizantes da legenda, e pela onda de protestos nas redes sociais, a sigla autodeclarada independente teve de recuar no esforço para levar o projeto à votação na Câmara na terça-feira (2).
O presidente nacional do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira (SP), havia orientado já no sábado (29) os parlamentares do partido a votarem contra o PL das Fake News, que passou a ser chamado por críticos de PL da Censura.
O partido havia pedido ao relator, deputado Orlando Silva (PCdoB) para fazer mudanças no texto sugeridas pela bancada evangélica. Mas, elas foram consideradas insuficientes para tornar o texto aceitável.
Também no sábado, nota da Frente Parlamentar Evangélica orientou voto contrário em razão de “dispositivos que coibiriam a pluralidade e os valores cristãos”. Nos bastidores, integrantes da bancada se mostraram preocupados com a possibilidade de censura nas redes sociais de declarações sobre textos bíblicos ou de debates envolvendo religião que possam gerar polêmica.
“Levamos muitos anos para aprovar o Marco Civil da Internet, que resultou de um projeto de consenso, aprovado com toda série de preocupações com a liberdade de opinião e com a necessidade de responsabilização por excessos. Para melhorar essa regulação, ainda é preciso diálogo”, disse o presidente da Frente Evangélica no Senado, Carlos Viana (Podemos-MG). Essas e outras reações deixaram o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), inseguro em manter o PL das Fake News na pauta diante da possibilidade de derrota na votação. Além disso, Lira ainda não marcou a nova data em que o projeto será analisado no plenário da Câmara.
O Projeto de Lei das Fake News foi retirado da pauta na terça-feira (2) a pedido do relator depois que o próprio governo percebeu que seria derrotado em plenário.
Informações da Gazeta do Povo / Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados.
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