Campos Neto rebate Pacheco: ‘Queda de juros segue tempo técnico, não político”
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o timing técnico da autarquia no debate sobre a queda dos juros é diferente do político. Ele também fez uma defesa da manutenção da autonomia do BC. Declaração ocorreu durante palestra durante o evento Lide Brazil Conference, que ocorre em Londres, nesta sexta-feira (21).
“O Banco Central é um órgão técnico, que toma decisões baseadas em critérios técnicos e transparentes. O timing técnico é diferente do timing político, por isso que a autonomia [do Banco Central] é importante para dar à sociedade a garantia que temos funcionários técnicos, tomando decisões técnicas sem viés político“.
A fala de Campos Neto acontece um dia após Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG, fazer um apelo público a Campos Neto em favor da redução “imediata” dos juros. “A inflação, meu caro Roberto Campos Netto, contida. Nossa moeda estável. Agora, nós precisamos crescer o Brasil. E nós não conseguiremos crescer o Brasil com a taxa de juros a 13%”, disse Pacheco, também durante apresentação no evento do Lide.
“O Brasil tem uma meta de inflação compatível com vários outros países emergentes. A inflação desancorada faz com que o custo da inflação seja muito mais alto e muito mais duradouro. Países que abandonaram o sistema de meta tiveram inflação muito mais alta”, disse Campos Neto.
“A inflação de mercado vinha caindo, mas, nos últimos dias ela deu uma volta por causa do texto do arcabouço”, disse.
Campos Neto é alvo de ataques do presidente Lula (PT) desde o início do mandato. Lula busca uma redução forçada do patamar de juros do país, atualmente a 13,75%, enquanto o presidente do BC defende a manutenção da taxa a fim de evitar um aumento ainda maior da inflação.
Informações da Gazeta Brasil / Foto: Felipe Ferugon / LIDE
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