23 de Novembro de 2024

"Revogar o Novo Ensino Médio é chancelar o atraso da educação brasileira", diz presidente nacional da UJB

O presidente da União Jovem do Brasil (UJB), Lucas Moreno, fez duras críticas à suspensão do Novo Ensino Médio anunciada pelo governo federal. Para ele, a medida do Planalto não ocorre por análises ou critérios técnicos, mas por perseguição política ao deputado federal e ex-ministro da Educação Mendonça Filho (União Brasil), que coordenou a reforma que resultou no Novo Ensino Médio. 

Lucas Moreno vê um "revanchismo colérico que as esquerdas radicais nutrem contra o ex-presidente Michel Temer, que na época da construção e aprovação do projeto presidia o país em vista do legítimo processo de cassação de Dilma Rousseff". Desde o anúncio do governo, a UJB tem se mobilizado em todo o país para evitar a suspensão. Nas redes sociais, a mobilização tem sido forte e está crescendo. 

O presidente nacional da UJB ressalta que o Novo Ensino Médio foi construído pelos técnicos do Ministério da Educação, levando em conta os melhores modelos e práticas internacionais.  Moreno ainda enfatiza que se trata de uma "política pública ainda em implementação, planejada e estruturada com muita pesquisa e dedicação pelos técnicos do Ministérios da Educação - que, vale recordar, não respondem a governo algum, mas tão somente ao Estado brasileiro -, sem que, no entanto, ofereçam qualquer coisa para pôr no lugar", frisa. 

"O que se está fazendo, assim, é a condenação do futuro dos jovens. Consequentemente, condena-se o futuro do Brasil. Mediante a destruição de um modelo educacional que se propõe ao enfrentamento dos desafios da educação pública brasileira e da modernização da educação para o século XXI, erguido em observância às melhores práticas internacionais, sentencia-se nosso potencial emancipatório e nosso desenvolvimento", afirmou. 

Dados negativos
Lucas Moreno citou números negativos da educação brasileira em rankings internacionais, como o PISA. Neste, dentre os 79 países avaliados, o Brasil é o 58º em leitura, 65º em ciências e 71º em matemática. Outros dados também dão conta da situação dramática da educação brasileira, como o de evasão escolar, que já chega à marca de 11% dos jovens de 11 a 19 anos, e a volta do crescimento do nível de analfabetismo.

Concomitantemente, ele destaca que o investimento na área em proporção ao PIB é maior do que o de países desenvolvidos com sistemas educacionais avançadíssimos e que, portanto, obtém resultados muito melhores. "Para exemplificar, investimos anualmente 6% do PIB em Educação enquanto os EUA e a Inglaterra investem aproximadamente 5.5%, a Colômbia e o Chile, 4.9%, a Coréia do Sul e a Alemanha, 4.7%, e o Uruguai, 4.6%", explicou.  

Para ele, a suspensão do Novo Ensino Médio não passa de uma nociva prática característica da administração pública brasileira. "Na busca por hegemonia política, destrói-se tudo aquilo que fôra feito pela administração anterior. É particularmente estarrecedor, entretanto, que tenha sido a educação eleita bola da vez, área em que obtemos péssimos resultados reiteradamente e que, nessa medida, perpetua nosso subdesenvolvimento", criticou.

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