O líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA), disse que o partido não tem condições de ser base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso, apesar da negociação de mais cargos. A declaração foi dada em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, na sexta-feira 17.

O Palácio do Planalto teria oferecido mais cargos de segundo escalão para a legenda que já indicou três ministros no governo: Daniela do Waguinho, no Turismo, Juscelino Filho, na Comunicação e Waldez Góes, na Integração. O partido ainda deve ampliar espaço em estatais, como Codevasf, Dnocs e Sudene.

“Por causa da configuração do partido, não convém entrar na base. Imagine, eu dou uma declaração a vocês que sou da base. Eu saio com 20 a 25 deputados me contestando. O que o governo vai ganhar com isso?”, afirmou Elmar.

O deputado, que é um dos principais representantes do centrão, disse ainda que para construir uma base no Congresso, o Palácio do Planalto precisa destravar a liberação de emendas.

“O governo precisa dialogar e cumprir os compromissos. Principalmente fazer fluir o Orçamento”.

O União Brasil tem 59 deputados e vai votar de acordo com a pauta. “Tem pauta que vai ter todos os votos, tem pauta que não vai ter nenhum”, declarou Elmar.

Contradição

A declaração do líder do partido contraria a afirmação do ministro Juscelino filho. Em entrevista à CNN Brasil, em 7 de março, ele disse que o União Brasil iria entregar apoio e muitos votos a Lula. O ministro das Comunicações havia se encontrado com o presidente no dia anterior para dar explicações sobre os escândalos que rondaram seu nome nas últimas semanas.

“Não tenho dúvidas de que o União Brasil vai entregar os votos e o apoio da maioria de suas bancadas para o presidente, tanto na Câmara como no Senado Federal, como entregou na PEC da transição”, declarou Juscelino.

Informações da Revista Oeste / Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados