23 de Novembro de 2024

Vereador que fez discurso contra baianos é expulso do partido

O vereador de Caxias do Sul (RS) Sandro Fantinel foi expulso do partido Patriota nesta quarta-feira, 1°. Na terça-feira, 28, Fantinel fez um discurso em que interpelava o resgate de empregados em situação análoga à escravidão e ofendia trabalhadores baianos.

Segundo o partido, a fala do parlamentar foi “desrespeitosa e inaceitável”. “Ele está maculado por grave desrespeito a princípios e direitos constitucionalmente assegurados, à dignidade humana, à igualdade, ao decoro, à ordem, ao trabalho”, argumentou o partido.

Na tribuna da Câmara dos Vereadores da cidade, Fantinel pediu aos agricultores da região que “não contratem mais aquela gente lá de cima”, referindo-se a trabalhadores vindos da Bahia. Além disso, que a única cultura que os baianos têm é “ficar tocando tambor”.

Nesta manhã, o vereador falou em entrevista a uma TV local. Segundo ele, “a intenção da pauta na tribuna era querer transmitir para os agricultores terem um certo cuidado, pois existem alguns grupos que estão dando golpes usando a questão da analogia à escravidão. Quando a gente está no calor da fala, dizemos palavras que não é (sic) o que a gente quer dizer, que não representa (sic) a gente”.

Entenda o caso

Na quarta-feira 22, três trabalhadores procuraram a polícia, depois de fugirem de um alojamento em que eram mantidos contra a sua vontade, na cidade de Bento Gonçalves. No mesmo dia, uma operação da polícia resgatou mais de 200 pessoas que eram submetidas a trabalho análogo à escravidão em uma colheita de uvas.

Os servidores foram contratados pela Fênix Serviços Administrativos e Apoio à Gestão de Saúde Ltda, que oferecia mão de obra para as vinícolas Aurora, Cooperativa Garibaldi, Salton e produtores rurais da região. A maioria dos trabalhadores viajou da Bahia para o Rio Grande do Sul.

Em depoimento, eles disseram que eram ameaçados, extorquidos, agredidos e torturados com choques e spray de pimenta. Pedro Augusto de Oliveira Santana, responsável pela Fênix, foi preso e solto mediante o pagamento de fiança, no valor de quase R$ 40 mil. Por nota, a empresa afirmou que os devidos esclarecimentos serão prestados no decorrer do processo judicial. Conforme noticiou Oeste, o fato era desconhecido pelas vinícolas.

 

Informações da Revista Oeste / Foto: Bianca Prezzi/Câmara Caxias

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