A vereadora Marta Rodrigues (PT) disse, nesta segunda-feira (13), que a prefeitura de Salvador parece não estar preocupada com o transporte público e acessível para o folião e para os trabalhadores do Carnaval. Marta  afirmou que o executivo municipal tenta engabelar a população anunciando com toda pompa o “Expresso Salvador” , no entanto, ele servirá apenas para quem tem alto poder aquisitivo, uma vez que custará 300% a mais que a tarifa de ônibus convencional e sua serventia será para quem puder deixar seus carros nos estacionamentos de três shoppings. 

 “O cidadão comum que mora em bairros periféricos ou distante desses shopping continuará com ônibus lotados e sem ar condicionado. Ao invés de estarmos vendo mais linhas convencionais, mais horários de ônibus, estamos assistindo a retiradas delas e a propaganda de serviço segregador e fora das condições financeiras do folião comum. O Expresso Salvador, a R$ 15, não apresenta nenhuma contrapartida para o transporte público e para a população", diz. 

Marta se refere ao serviço anunciado pela prefeitura para o Carnaval que oferece 70 ônibus com ar-condicionado que saem de três shoppings da capital baiana para o circuito Barra-Ondina com passagens que custam R$ 15, acrescidos de R$ 7 para a aquisição do cartão de passagem.  

“Expresso Salvador como uma alternativa de mobilidade urbana é uma falácia, pois deixa de fora a maioria dos foliões que não tem carro e que dependem do transporte público. O que queremos saber é: qual a melhoria do transporte público para o folião sem carro e morador da periferia?”, questionou Marta. 

A petista levanta os questionamentos com base nas críticas apontadas pelo Observatório de Mobilidade Urbana de Salvador (ObMob Salvador), que divulgou uma nota pública com uma análise aprofundada do serviço.

“Ou seja, a prefeitura não apresentou nenhuma melhoria para o folião comum, para o morador dos bairros periféricos, do subúrbio ferroviário. Ao contrário, nessas localidades o folião e o trabalhador precisam ficar pendurado em porta de Ônibus, não encontram veículos para os circuitos depois de determinado horário. Mas, para a população de poder aquisitivo, ele oferece um serviço de qualidade, o tal do Expresso Salvador que, na verdade é totalmente segregacionista, caro e para quem tem carro”, acrescenta. 

Segundo a petista, além do Expresso Salvador não fazer integração com as linhas convencionais e com o metrô, tem o valor 300% mais caro que os ônibus convencionais.

 “Já temos uma tarifa cara, que é R$ 4,90, e de repente o prefeito anuncia com toda pompa um serviço que não contempla o cidadão comum. É uma falta de vergonha, principalmente porque não sabemos a contrapartida desse valor”, declarou. 

Conforme o anunciado pela prefeitura, os ônibus com ar-condicionado ofertados ficarão à espera dos foliões que deixarão seus carros nos estacionamentos de três shoppings, de onde sairão com destino ao circuito.

 “Quem é o cidadão sem automóvel que irá pegar um ônibus para um shopping, para depois pagar R$ 15 reais para ir ao circuito? O que deveria ser discutido era o aumento de linhas convencionais, era maior oferta de ônibus nos bairros. Mas a prefeitura fez o contrário: diminuiu linhas de bairros populares”, afirmou. 

Marta Rodrigues faz coro  novamente à proposta do Observatório, que em trecho da nota pública, pontua: “O Expresso Salvador deveria custar no máximo o mesmo que o Ônibus convencional e ser colocado À disposição de toda população que faz e curte o carnaval. No entanto, as pessoas precisam desembarcar nas proximidades de suas residências, não em shoppings centers. Ou deveria,  pelo menos, poder fazer a integração com o metro e ônibus convencionais”.