22 de Novembro de 2024

Psicanalista alerta para os cuidados com as doenças mentais advindas de abalos emocionais

“Nós percebemos que não é de agora que as pessoas estão adoecidas mentalmente, emocionalmente também. Nós estamos vindo de uma pandemia que causou muitos impactos negativos na vida das Pessoas”. A afirmativa é da Drª Patrícia Stingelin, psicanalista entrevistada nesta sexta-feira (13) no programa Microfone Aberto, da Rádio Massa FM.

A psicanalista abordou alguns pontos considerados importantes e, entre eles, o respeito a escolha alheia. “Muitas pessoas, infelizmente, elas brigam por conta de algum resultado que não agradou. Acabou a amizade, relacionamento conturbado, então, infelizmente, as pessoas não sabem respeitar a escolha de cada um. Cada um de nós tem uma individualidade que precisa ser respeitada”, disse Stingelin.

“Nós somos seres únicos, Deus nos fez únicos, ser com sentimentos, emoções e valores construídos na nossa família, mas muitas pessoas deixam que o respeito acabe com relação ao que elas estão querendo dizer que elas acreditam, querem de certa forma colocar o seu pensamento com sendo o correto”.

Para a especialista muitas pessoas potencializaram as suas opiniões, não respeitando realmente a opinião do outro. “Claro que nós temos sim argumentos, tanto de direita quanto de esquerda, nós temos os argumento, nós acreditamos em valores que talvez o outro lado não acredite, então nós buscamos sim, mas só que nós precisamos ter sabedoria e foi o que faltou em muitas pessoas. Sabedoria para poder falar, discutir as suas ideias. Briga não adianta. Se briga resolvesse o mundo estaria resolvido”, avaliou.

Ainda segundo a Drª Patrícia, existem algumas situações durante a infância que ajudam a desencadear certos gatilhos que só aparecem com o passar dos anos, mas precisam ser investigados. “Alguns gatilhos podem ter sido acionados, então vamos imaginar que essa criança, esse adolescente não foi ouvido. Tudo isso começa na infância. Quando estamos em atendimento vamos sempre investigar a infância dessa pessoa, e na infância dessa pessoa podemos perceber que ela não foi ouvida. É muito interessante nós sabermos disso, talvez agora o que tenha se destacado realmente nessa parte da política mesmo, muito provavelmente pessoas que nunca foram ouvidas e de qualquer forma querem ser ouvidas e da forma errada. Talvez não consigam com sabedoria buscar no seu momento para se colocar”.

A psicanalista também, durante a entrevista, explicou que a pessoa precisa encontrar a felicidade além das redes sociais. “As redes sociais estão presentes na nossa vida diariamente, a gente depende para trabalho, lazer, mas dá um tempinho na rede social, vai encontrar outra coisa pra fazer, vai ler, estudar sobre algo, ouvir uma música, vai fazer algo que tire a sua atenção das redes sociais porque isso adoece a pessoa. Muitas vezes isso também adoece as pessoas. As pessoas estão vendo a imagem de alguém que é perfeito, mas na verdade é uma pessoa humana como nós que também tem os seus problemas, tem as suas dificuldades, mas as vezes a imagem aparece distorcida para nós”, esclareceu.

Ao final da entrevista Patrícia aproveitou para passar algumas dicas para os ouvintes de como evitar essas doenças mentais. “Praticar exercício é ótimo. Pessoas que talvez ficaram sedentárias alguns anos na pandemia, saia, dê uma caminhada. Buscar ajuda profissional, isso independente de qualquer situação que você esteja passando. A terapia é algo transformador na vida de uma pessoa. Todos que puderem seria muito bom mesmo uma terapia”.

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