Microfone Aberto bate papo com economista sobre o que esperar para o futuro da economia do Brasil
Fruto de muito embate e dúvidas com um panorama que tende a ser bastante modificado na gestão do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), do governo Lula, a economia do país gera bastante incerteza aos investidores tanto nacional quanto internacional. O economista e presidente do Conselho Regional de Economia Ceará (CORECON-CE) Igor Lucena falou nesta sexta-feira aos ouvintes do programa Microfone Aberto, da Rádio Massa FM o que espera para o setor nesse início da nova gestão e o que precisa ser feito
“Eu acho que a gente pode fazer uma comparação do ponto de vista de expectativa. Todo governo que entra, ele tem que apresentar as expectativas do que ele vai tomar de medidas econômicas. As vezes a gente esquece, mas durante o período que terminou o governo Michel Temer e começou o governo Bolsonaro, nós precisávamos urgentemente iniciar a nossa reforma previdenciária. Era uma necessidade para a contenção de gastos a longo prazo. Isso foi feito a duras penas, não era um processo fácil. Da mesma maneira o atual governo entra precisando fazer uma nova reforma, agora do chamado arcabouço fiscal, para que a gente tenha uma medida crível e exequível da dívida pública. Talvez seja a grande missão agora dos primeiros 100 dias do ministro Haddad”, lembrou Lucena.
Segundo o economista o que nós vemos hoje é uma situação em que o governo precisa apresentar, de fato, a proposta econômica de como o país vai executar os seus gastos sociais e as suas parceiras de investimento, mas para isso existem algumas perguntas que precisam ser feitas. “Para a grande maioria dos investidores o grande questionamento é: qual vai ser o arcabouço fiscal? Vão ser criados novos impostos? Vai ter corte ou aumento? Existe todo um questionamento que precisa ser feito dentro de um contexto nacional e internacional”, indaga o especialista.
Reformas e medidas econômicas
Para Igor, que é economista pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e mestre em Economia de Empresas pelo CAEN, também da UFC, a única maneira da gente crescer é realizando reformas. “Então a gente precisa avançar, principalmente, na reforma tributária porque ela é que faz que o Brasil tenha motor interno e que dá a expectativa de que o país será mais produtivo”.
“Na minha visão o investido local está esperando tanto quanto o investidor internacional. Nessas próximas semanas de que as primeiras medidas econômicas sejam anunciadas e que a gente tenha uma espécie de norte. Tudo isso, inclusive de como vai ser a atuação de intervenção na parte de petróleo, gás, nível de taxas de juros para investimento de longo prazo. Todas essas expectativas precisam ser colocadas na mesa. Muito mais do que uma visão negativa, todos os investidores estão esperando para saber o que é que vai acontecer e quais vão ser as definições do governo”, avalia.
Questionado pelo apresentado do Microfone Aberto, André Spínola, se a instabilidade política interfere nos avanços econômicos do país, Igor Lucena entende que tudo dependerá exclusivamente da necessidade de entregar confiança e melhor qualidade de vida ao investido e a população, respectivamente.
“Eu tenho uma visão muito mais pragmática. Independente do governo ser da direita ou de esquerda, o que de fato traz confiança e segurança para ao investimento é a capacidade de melhora na qualidade de vida das pessoas e dos investidores. Se de fato agente tiver um cenário econômico que comece a dar resultado na renda real, na diminuição e juros... o nível de investimento eu acho que você tem uma grande parcela da sociedade que vai entender que o caminho é esse. Eu acho que o grande desafio é entregar resultado no curto prazo”, disse.
Já sobre as medidas as questões assistencialistas, o economista acredita que medidas bem aplicadas tendem a ajudar. “Eu acho que nesse momento ajuda a economia, eu acho que essa alteração do Bolsa Família para R$ 600 é válida, inclusive com aquela questão dos R$ 150 para crianças, agora tem que saber de onde vai tirar isso no longo prazo”, concluiu.
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