23 de Junho de 2025

No Conselho de Segurança da ONU, EUA ameaçam Irã com “retaliações devastadoras” em caso de ataque a bases

Durante reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU neste domingo (22), a embaixadora dos Estados Unidos, Dorothy Shea, declarou que qualquer ataque do Irã contra cidadãos ou interesses americanos será “combatido com retaliações devastadoras”. A advertência vem na esteira dos bombardeios realizados por Washington contra três instalações nucleares iranianas no sábado (21), ação que aumentou a tensão no Oriente Médio.

“O tempo finalmente chegou para que os EUA, em defesa de seu aliado e em defesa de nossos próprios cidadãos e interesses, agisse de forma decisiva”, afirmou Shea. Segundo a diplomata, o ataque teve como objetivo conter uma suposta ameaça nuclear iraniana, que ela classificou como responsável pela “miséria e morte de inúmeras pessoas no Oriente Médio”.

Os EUA cobraram do Conselho de Segurança uma postura firme para que o Irã interrompa seus esforços contra Israel, encerre sua busca por armamento nuclear, pare de atacar interesses americanos e se comprometa com negociações de paz. “Esse Conselho precisa deixar claro que o Irã deve negociar em boa-fé pela prosperidade e segurança do povo iraniano e todos os outros Estados da região”, completou a embaixadora.

Israel apoia ação americana

O embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, elogiou a ofensiva dos EUA, chamando-a de “necessária” e “corajosa”. “Nas últimas 24 horas, a história mudou. Os Estados Unidos agiram com muita coragem e moralidade. Agora, o restante do mundo precisa mostrar sua gratidão”, disse Danon em coletiva de imprensa.

Ele agradeceu diretamente ao governo americano e ao presidente Donald Trump pela iniciativa. “O mundo e o Conselho de Segurança devem dizer claramente e sem hesitação: ‘Obrigado, Estados Unidos e presidente Trump, por atuarem quando outros não puderam, por manterem-se firmes quando outros fecharam os olhos’”, afirmou.

Irã denuncia “agressão” e promete resposta proporcional

Já o embaixador iraniano na ONU, Amir Saeid Iravani, acusou os EUA de colocarem sua própria segurança em risco ao se envolverem no conflito, apenas para proteger o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, a quem chamou de “criminoso de guerra”.

“O criminoso de guerra, Benjamin Netanyahu, conseguiu arrastar os EUA para mais uma guerra custosa e sem base. A América escolheu, mais uma vez, sacrificar sua segurança para proteger Netanyahu”, disse Iravani. Ele afirmou ainda que o Irã tem o direito de se defender e que a “natureza e proporcionalidade da resposta será decidida por nossas forças militares”.

O diplomata negou que o Irã esteja desenvolvendo armas nucleares e acusou os EUA de violar o direito internacional. “Essa agressão é uma violação do direito internacional. Viola os princípios da carta da ONU, que categoricamente proíbe a ameaça e o uso de força contra a integridade territorial de qualquer estado-membro”, declarou.

Rússia alerta para riscos e condena ação americana

A Rússia também se posicionou contra os ataques. O representante russo na ONU, Vasily Nebenzya, afirmou que os Estados Unidos “abriram a caixa de Pandora” e classificou a ação como “perigosa, irresponsável e provocante”.

“EUA confirmaram que, para garantir sua hegemonia mundial, estão preparados a cometer qualquer crime em violação das leis internacionais”, afirmou. Nebenzya acusou Washington de agir como se fosse “um grande juiz” e lamentou que outros países membros do Conselho não tenham condenado a ofensiva. Ele também disse que as falas de alguns representantes foram “cheias de hipocrisia” e “absurdas”.

ONU pede contenção e retorno à diplomacia

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu o fim da escalada militar e defendeu a retomada do diálogo. “Esse bombardeio marca o perigo na região já em crise. […] Corremos o risco de entrarmos num ciclo de retaliação após retaliação. Para evitar isso, a diplomacia deve prevalecer”, declarou.

Guterres apelou por negociações sérias sobre o programa nuclear iraniano e pela restauração da confiança, com a retomada do acesso de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Ele reforçou que “os civis devem ser protegidos” e que a segurança da navegação deve ser garantida.

O encontro no Conselho de Segurança foi convocado pelo próprio Irã, após os ataques realizados pelos EUA na noite de sábado. Ainda não há previsão para novas reuniões ou resoluções oficiais do Conselho.

 

Informações da Gazeta Brasil / Foto: ONU/Divulgação

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