29 de Abril de 2024

UGT-BA reúne lideranças nacionais e estaduais em encontro sobre o papel dos sindicatos na agenda ESG

Sigla utilizada normalmente no meio corporativo, a ESG representa um conjunto de práticas sociais, ambientais e de governança. Mal qual o papel que cabe ao movimento sindical dentro dessa agenda? É a pergunta que a União Geral dos Trabalhadores da Bahia (UGT-BA), junto com a agência de comunicação e tecnologia global Lyyc, procura responder em um encontro que acontece até as 13 hora desta sexta-feira (29), no Fiesta Bahia Hotel (Itaigara).

O presidente da UGT-BA, Marcelo Carvalho, abriu o evento na quinta-feira (28), quando falou sobre o tema diante dos 17 objetivos da Agenda 2030 da ONU e dos retrocessos no setor promovidos pelos governos Temer e Bolsonaro. “Com a reeleição do presidente Lula, o Brasil entrou num momento de reconstrução, e isso passa pelo mundo do trabalho. Estamos na virada de chave com a inserção de novas tecnologias, mas precisamos estar atentos para a proteção dos direitos dos trabalhadores, bem como criar entre os jovens consciência de classe e pertencimento", afirmou.

Presente na abertura do evento, o secretário de Qualificação e Fomento à Geração de Emprego e Renda do Ministério do Trabalho, Magno Lavigne, ponderou que o debate sobre ESG é muito bem-vindo no âmbito da Secretaria de Qualificação e Fomento à Geração de Emprego e Renda do Ministério do Trabalho, “porém envolve reflexões mais aprofundadas, desde a necessária qualificação da mão de obra com a extinção do trabalho como era conhecido a profissões, que fatalmente perderão espaço com o uso das novas tecnologias”. Ele defendeu que a discussão esteja inserida no Sistema Nacional de Emprego (Sine), que dispõe de 1.434 postos de atendimento espalhados pelo país.

Trabalho seguro e decente, envolvimento das empresas na preservação do meio ambiente frente ao surgimento de novas fontes de energia, qualificação e emprego verde, uberização, extinção de profissões com a substituição da mão de obra por IA e ferramentas digitais, novo modelo de estrutura sindical. Estes foram alguns dos temas discutidos no primeiro dia do encontro sobre movimento sindical e ESG. Também foi apresentado o resultado de um estudo inédito sobre os sindicatos e o propósito do trabalho no século 21.

Segundo a pesquisa realizada pela Llyc em parceria com a UGT, existe uma transformação nas relações de trabalho e o trabalhador, que antes tinha como única preocupação o salário, está olhando para questões como qualidade de vida, saúde mental, diversidade, inclusão e propósito. A UGT lançou este mês a campanha nacional Geração T, que olha justamente para a nova geração de trabalhadores do país.

O presidente nacional da UGT, Ricardo Patah, que também participou da abertura do evento, afirmou que no Brasil apenas 15% dos trabalhadores possuem emprego formal e que a pandemia contribuiu com o surgimento de formas de trabalho inéditas e potencializou novas profissões, como a dos entregadores de aplicativos e motoboys. “O desafio, agora é o de resguardar minimamente os direitos dessa categoria, jovens na maioria”, ressaltou. O dirigente sindical, que recentemente integrou a comitiva do presidente Lula em viagem aos EUA, também comentou a importância do encontro do ex-metalúrgico com o chefe de governo americano, Joe Biden, que tem relações próximas com o movimento sindical.

Quem também marcou presença no evento foi o presidente da da Fundação Luís Eduardo Magalhães (Flem), Rodrigo Hita, que parabenizou a UGT-BA pela realização do encontro. "ESG é um tema de fundamental importância. Ainda não tinha visto sendo discutido em âmbito sindical. Vejo mais vendido como peça de marketing das empresas. Precisamos saber como tratar o trabalhador e a trabalhadora nesse novo mundo com mais tecnologia e inovação", disse.

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