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Triagem detalhada do CETAS revela diversidade de aracnídeos apreendidos em operação federal

Triagem detalhada do CETAS revela diversidade de aracnídeos apreendidos em operação federal

Por Redação

09/09/2025 às 17:00

Imagem de Triagem detalhada do CETAS revela diversidade de aracnídeos apreendidos em operação federal

Foto: Matheus Lemos - Ascom Sema/Inema

Sob lupas, pinças e em um ambiente controlado, especialistas do Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) começaram, nesta terça-feira (9), a identificar, um a um, os mais de 240 animais silvestres apreendidos durante a Operação Tarântulas, em Salvador. A ação, deflagrada no bairro de Paripe pela Polícia Federal, em parceria com a Companhia Independente de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa), resultou na apreensão de 224 tarântulas, 14 escorpiões, duas lacraias e recipientes com baratas e larvas-da-farinha, que serviriam de alimento.

Assim que chegaram ao CETAS, os exemplares passaram por triagem inicial realizada por médicos veterinários, biólogos e tratadores. Em seguida, a equipe técnica do Inema iniciou contato com especialistas da Universidade Católica do Salvador (UCSAL) para dar início à avaliação detalhada dos animais, que inclui a separação das espécies, a verificação das condições de saúde e a definição do destino adequado, respeitando se pertencem à fauna brasileira ou se são espécies exóticas.

De acordo com Marta Calasans, médica veterinária e gestora do CETAS Salvador, antes mesmo de os animais chegarem, a equipe já preparava uma sala com ambiente controlado, monitorado por câmeras e isolado dos demais animais.

“Desde ontem (8) estávamos em contato com os especialistas que trabalham com a espécie, definindo os protocolos, a forma de identificação e a separação dos animais. Hoje eles já estão no CETAS conosco e iniciamos a triagem, quem são os possíveis exóticos, quais estão aptos para soltura. Eles estão sendo monitorados 24h por câmeras. Esse é um trabalho minucioso que deve se estender por alguns dias até que possamos ter uma definição completa, explicou.

O trabalho conta também com a colaboração de especialistas convidados. A bióloga Kátia Benati, professora da graduação em Biologia e do Programa de Pós-Graduação em Território, Ambiente e Sociedade (PPGTAS) da UCSAL, destacou a diversidade dos aracnídeos recebidos. “Bom, o que a gente já conseguiu observar? Conseguimos visualizar algumas caranguejeiras, que são aranhas maiores, e conseguimos identificar algumas espécies a olho nu. Fiquei muito surpresa ao ver a variedade de aranhas, estou nesse trabalho há mais de 20 anos e nunca vi uma diversidade tão grande de caranguejeiras, nem no estado em que elas estão", salienta a especialista, que atua em estudos de aracnídeos, com foco recente na presença e conservação de espécies mesmo em áreas urbanizadas.

Katia explica que algumas aracnídeas estão bem cuidadas, o que indica que o infrator tinha experiência no manejo. "Identificamos uma aranha mexicana, uma provavelmente nativa da região amazônica e outra, a Damóstula, muito utilizada no tráfico de caranguejeiras, que é dócil e apreciada por colecionadores. Também encontramos o escorpião Pandinus, conhecido como Escorpião-imperador, exótico da África Ocidental, inclusive com filhotes já identificados”, avaliou.

A prioridade, segundo Marcelo Cesar Peres, especialista do Inema que também acompanha a identificação das espécies, é devolver à natureza os animais nativos em boas condições de saúde. “A maioria dos exemplares é do bioma Mata Atlântica. Nosso objetivo é soltá-los em habitat adequado após avaliação criteriosa. O CETAS não tem a finalidade de manter os animais em cativeiro, mas sim devolvê-los à natureza com segurança”, destacou.

Após a identificação, que está sendo coordenada pelo CETAS/Inema, os animais serão destinados para soltura ou para mantenedouros autorizados. "Os animais identificados como exóticos não poderão ser soltos, deverão ser encaminhados a instituições de ensino ou mantenedouros autorizados. Já os nativos, estando saudáveis, serão devolvidos à natureza em áreas apropriadas”, afirmou Marta.

O Inema reforça que o manejo de aracnídeos exige experiência e deve ser feito exclusivamente por profissionais capacitados. A contenção só ocorre quando estritamente necessária e sempre com técnicas que garantem a segurança da equipe e a integridade do animal.

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