Leandro de Jesus diz que não foi convidado para reunião com ACM Neto e acusa Jerônimo de usar empréstimos para “comprar prefeitos

O deputado estadual Leandro de Jesus (PL)afirmou, em entrevista à CBN Salvador, que não foi convidado para a reunião comandada por ACM Neto (União Brasil) com a bancada de oposição na Assembleia.

Segundo ele, apesar de ter se encontrado recentemente com o ex-prefeito para tratar da relação com o PL, nenhuma mensagem ou ligaçãofoi enviada para chamá-lo para o encontro de segunda-feira (24).

“Eu não recebi convite nenhum. Se a reunião era da bancada de oposição, o PL deveria ter sido convidado oficialmente”, disse.

“Saí do grupo por traição interna”

Leandro também revelou que não participa mais do grupo de WhatsApp da oposição. Ele afirmou que deixou o espaço há cerca de 40 dias por considerar que havia um “traíra” que vaza conversas internas para a imprensa.

“Ali dentro existe alguém que pega informações e joga para fora. Não é a primeira vez. Saí do grupo e expliquei o motivo”, afirmou. Ele disse que, desde então, só recebe comunicações diretas quando necessário – e que, por isso, não tinha acompanhado a crise com o líder Tiago Correia (PSDB) após a votação do empréstimo do governo.

Críticas à oposição e ataque ao governo

Embora evitasse comentar nomes específicos, o deputado cobrou mais firmeza da bancada. Para ele, a oposição precisa reagir ao que considera ser um processo de “humilhação” imposto pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT).

“Jerônimo humilha a Assembleia inteira, não só a oposição. Tem parlamentar da base que gosta de apanhar”, atacou.

Ele citou ainda a insatisfação crescente entre deputados governistas e lembrou as recentes migrações de Nelson Leal (PP) e Cafu Barreto (PSD) para o campo oposicionista.

Assembleia “anulada” e projetos sem debate

Leandro criticou o uso recorrente de regime de urgência pelo governo, ao afirmar que o procedimento esvazia o papel da Assembleia:

“A Casa é anulada. As comissões não funcionam. Hoje a Assembleia serve apenas para carimbar decisões do governo”, disse.

O parlamentar reclamou que projetos chegam “sem detalhamento” e são aprovados rapidamente. “Não se sabe para onde vai o dinheiro, como será gasto, quais as garantias.”

Acusação grave sobre empréstimos

Ao comentar os créditos suplementares aprovados nas últimas semanas, Leandro de Jesus fez a declaração mais dura da entrevista:

“Esses R$ 25,3 bilhões são para comprar prefeitos e lideranças. É dinheiro de empréstimo usado para ganhar eleição.”

O deputado associou o suposto objetivo eleitoral ao endividamento crescente do Estado: “São bilhões que o povo baiano vai ter que pagar.”