O primeiro dia do 17º Campeonato Estadual de Quadrilhas Juninas da Bahia foi marcado pela vibração da plateia composta pelas torcidas dos grupos que carregavam a energia de cada um dos diversos municípios da Bahia que foram representados na Praça da Revolução, em Periperi, nesta quarta-feira (11). Tecidos, texturas, efeitos especiais, cenografia e muita emoção tomaram conta durante o anúncio dos temas de cada uma das quadrilhas selecionadas pela Federação Baiana de Quadrilhas Juninas (FEBAQ).

Reconhecida em 2024 como manifestação da cultura nacional, a quadrilha junina é uma expressão artística que une dança, teatro e patrimônio imaterial do povo nordestino. De acordo com dados da Secretaria de Turismo da Bahia, o São João é responsável por atrair milhares de visitantes a Salvador. Só em 2024, 31% dos turistas que vieram à capital neste período apontaram os festejos como principal motivo da visita.

Presidente da FEBAQ, Carlos Brito conta que há grandes expectativas para a entrega das apresentações ao longo dos cinco dias de evento. Contando com o apoio da diretoria da federação, de uma equipe de colaboradores e do Governo do Estado da Bahia, Brito diz que está muito feliz em realizar mais uma edição do campeonato. “A expectativa é muito grande já que são quase 60 quadrilhas, tanto quadrilhas da capital quanto do interior da Bahia”, contou.

Carlos conta que alguns desafios, como os financeiros, acabam dificultando a existência das quadrilhas juninas, iniciativa com papel fundamental para a inclusão de jovens na cultura de seus municípios e na profissionalização. “Por não ter apoio, muitas vezes, as quadrilhas juninas desistem dessa caminhada cultural em seu município. Quando uma quadrilha deixa de existir, deixa de estar em quadra, ela também deixa que de 100 a 150 jovens fiquem à revelia, sem ter o que fazer durante os finais de semana, com a mente vazia”.

Para Brito, quando se deixa de apoiar uma quadrilha junina, se lança para as ruas um quantitativo de jovens que precisam de espaços para serem “alimentados de sua própria cultura para se tornarem grandes cidadãos”.

“Uma quadrilha representa espaço de lazer, conhecimento e também ferramentas de profissionalização. Os quadrilheiros que aqui começam, se tornam profissionais de dança, profissionais de figurino, coreógrafos, profissionais de música. Então nós nos tornamos produtores e fomentadores de cidadãos”, reforçou o presidente da FEBAQ.

Sabrina Teles, moradora do bairro de Itacaranha, marcou presença a Praça da Revolução para torcer pela quadrilha JC de Coité, do município de Conceição de Coité, por um motivo muito especial: além de natural da cidade, o filho Diogo da Silva, 19, foi um dos membros do grupo a se apresentar. “É uma alegria e uma emoção torcer pelo meu filho que também é quadrilheiro”, declarou. Para Sabrina, a quadrilha é um incentivo artístico e cultural que é motivo de alegria no dia a dia de seu filho.

Nesta quarta-feira (11), se apresentaram na 17ª edição do Campeonato Estadual de Quadrilhas Juninas da Bahia a primeira parte das equipes do Grupo de Acesso Zabumba de Ouro (Riachão de Jacuípe), Poeira do Sertão (São Sebastião do Passé), Se Vira Nos 30 (Coração de Maria), Explosão Junina (Valença), Brilho de Candeias (Candeias), Nascente Nordestina (Dias D'Ávila), Renovação Tia Dulce (Alagoinhas), JC de Coité (Conceição de Coité), Rosas do Luar (Pojuca), Princesas do Sertão (Feira de Santana).

Já nesta quinta-feira (12), dando continuidade às apresentações do Grupo de Acesso, Periperi receberá as quadrilhas juninas Renascer, Cia Alavontê, União de Ouro, Flôr do Sertão, Luar União, Velho Tonho, Encanto do Nordeste, Buscapé de Cachoeira, Rosas Vermelhas, Pinga Ne Mim, Nova Geração, Mistura Gostosa. A programação é gratuita e segue até domingo (15), sempre das 10h às 20h, na Praça da Revolução.

O 17º Campeonato Estadual de Quadrilhas Juninas da Bahia em Periperi é promovido pela Federação Baiana das Quadrilhas Juninas (FEBAQ) e conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia.

Foto: Sidnei Florêncio