28 de Abril de 2024

Ala do PT quer manter Aras na PGR, mas procurador anti-Bolsonaro é favorito de Lula

Uma ala do PT tem se movimentado nos bastidores com o intuito de defender que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconduza Augusto Aras para mais um mandato à frente da Procuradoria-Geral da República (PGR). A atual gestão de Aras se encerra em setembro e a expectativa dentro do Palácio do Planalto é que Lula faça a nova indicação até o final de agosto. 

Para os aliados de Lula, a atuação de Augusto Aras contra a Lava Jato é o principal ponto que deve ser levado em consideração pelo presidente no momento da escolha. Na avaliação desses petistas, o procurador se mostrou "coerente" durante sua gestão no Ministério Público Federal (MPF).  

Já o vice-procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, tem a simpatia de Lula por ter defendido a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro durante julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no fim de junho.

Mas os movimentos de bastidores para a escolha do procurador geral acontecem à revelia da lista tríplice divulgada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que não contém nenhum dos dois nomes. Em 2019, quando Bolsonaro desconsiderou a lista tríplice da ANPR, o Partido dos Trabalhadores classificou a atitude como "o maior retrocesso em 20 anos".

Na segunda-feira (10), o líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner (PT-BA), argumentou que o atual procurador-geral, Augusto Aras, reduziu “excessos” anteriores, em uma citação indireta à força-tarefa de Curitiba e outras investigações.

“Sou obrigado a dizer aqui que, reconheço o trabalho que o atual procurador-geral da República fez ao bem da volta à normalidade depois de um período bastante complicado e duro de uso do ativismo judicial para caçar pessoas e reputações. Na minha opinião, é inegável essa contribuição que ele deu”, disse o senador petista em entrevista à Globo News.

Apesar da sinalização do líder do governo, Aras já foi alvo de críticas por parte dos petistas por causa de gestos que foram interpretados como apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O atual procurador-geral foi indicado por Bolsonaro em 2019 e reconduzido para um segundo mandato em 2021.

Durante o governo Bolsonaro, Aras arquivou mais de 100 pedidos de investigação contra o então presidente e não apresentou nenhuma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda no ano passado, em entrevista ao UOL, chegou a dizer que não mudaria o estilo de trabalho se o petista fosse eleito.

Para auxiliares de Lula, no entanto, a ligação de Aras com o ex-presidente é justamente o ponto que dificulta a indicação para um terceiro mandato. De acordo com a Constituição, o indicado para o cargo precisa ter ao menos 35 anos de idade e ser integrante do Ministério Público. Além disso, a indicação precisa ser aprovada pelo Senado Federal.

 

Informações da Agência Brasil / Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

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